A Re-evolução de Dimas Reis

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Dimas Reis é água de rio, num movimento agitado rumo ao futuro ancestral que constrói com o peito, o coração e as mãos. Existe para o agir há tantos anos, que nem lembra mais quem criou quem: se foi ele quem nasceu dos seus projetos ou o se foi contrário disso.

Dimas durante o GSA 2009.

Saiu inventando caminhos e jeitos de caminhar, Brasilândia afora. Ela é uma das periferias da zona norte de São Paulo. O mundo chama de projetos, ele contou uma vez que achou melhor outro nome para o que faz: tecnologias. Feito a Preto Império, que toca no mundo agora.

Parido há 5 anos, é um coletivo que busca viabilizar os sonhos das populações negras, indígenas, tradicionais e periféricas. Para isso, combina geração de renda, retorno socioambiental e cultural. Um jeito de explicar é assim, o outro é ainda mais fácil de entender:

“A gente pega as pessoas e coloca no trampolim para saltar. Diz no ouvido que se acontecer alguma coisa, estaremos aqui”.

A Preto Império é o lugar dos saltos da imaginação, da autoconfiança e das ideias para transformar esse mundo num lugar radicalmente melhor para todos os seres. Uma espécie de casa para as utopias práticas.

A gente sabe pouco quando as coisas começam a acontecer. Quando vemos, já estamos fazendo o que fazemos, sendo quem somos. Mas uma linha do tempo que Dimas fez para a Preto Império ajuda a entender como as ideias nascem e crescem, dentro e fora de nós. É como se fossem muitos galhos de uma mesma árvore, que é o nosso propósito: em 2009, Dimas estava no Guerreiros Sem Armas.

Dimas durante ação do GSA 2009 I Crédito: Divulgação

No ano seguinte já trazia para o mundo o Guardiões Griô, sua primeira criação em busca de preservar e propagar o patrimônio imaterial de sua comunidade, a Vila Teresinha. De lá para cá é de perder as contas do tanto de coisas que construiu e constrói. Uma ideia puxa a outra, ele defende:

“Na Re- evolução, a gente pega tudo que alcançou e projeta novos futuros com aquilo. É assim que olhamos para as pessoas na Preto Império. As pessoas já são potencias, já realizaram muita coisa. Aqui é o lugar do salto maior. Dos muitos saltos maiores”.

Mas como saber a hora, saber que é preciso dar um próximo passo, expandir? Ele me respondeu assim: “As coisas são feitas de redes de interesse. Quando a rede de interesse faz alguns movimentos específicos, ela nos dá conforto, segurança e certeza para seguir adiante”.

Com isso, Dimas chama atenção para o nosso olhar ao redor. Nos convida a perceber o quê o mundo pede da gente, mas que é preciso trazer para a consciência quais são as condições que precisamos para avançar: as temos? Qual é o nosso próximo movimento certeiro para mudar tudo ao nosso redor?

“A gente precisa misturar o tempo das coisas com o tempo da metodologia”, explicou sobre como escolheram trabalhar na Preto Império. “As pessoas chegam carregando muitas bagagens: emocional, psicológica, social. E isso precisa ser considerado”.

Lá dentro e aqui fora: como este próximo passo se conecta com algo poderoso dentro de mim, forte o suficiente para que me deixe em um permanente estado de movimento?

“A ideia é que as pessoas fiquem tão grandes, que não caibam mais aqui. Somos só um amplificador”, quase finaliza, para defender essa ideia que costura tudo: o mundo nos pede expansão quando deixamos de caber dentro de nós mesmas. E das ideias e vontades que nos trouxeram até aqui.

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