Saiba mais sobre a metodologia do Caminho do Sim

Toda a metodologia do Caminho do Sim se apóia em três níveis de relações: eu comigo mesmo, eu com o outro, eu com o mundo. Com isso você aprende a desenvolver um olhar apreciativo sobre si mesmo, sobre o outro, a valorizar o desenvolvimento de projetos coletivos, e perceber que ninguém precisa estabelecer uma atitude competitiva e sim colaborativa para transformar o mundo no lugar que todos sonhamos.

Vale lembrar, que todos os Jogos de Transformação do Elos, entre eles o Caminho do Sim, têm como principais características:

1. Ao final todos saem ganhando
Independente de ser selecionado ou não para um determinado processo, o participante tem um ganho significativo ao final do jogo.
2.  Cultura de feedback
Todos que terminam o jogo participam de uma conversa onde pessoas que avaliam os resultados lhes apresentam os pontos positivos e negativos do processo.
3.  Estar pronto para ação
Uma questão que é importante dentro dos games do Elos é mostrar que além de ser capaz de formular um plano, o participante demonstra que é capaz de realizar alguma etapa significativa do plano.
4.  Capaz de articular uma ação coletiva
A colaboração entre os participantes é fundamental para o sucesso durante o desenvolvimento do jogo. Eles devem ser vistos como parceiros e uma rede de talentos e recursos que está disponível para todos.

Quer participar do GSA 2019? Mais informações e inscrições, CLIQUE AQUI

 

Conheça o Caminho do Sim, a porta de entrada para o GSA

O Caminho do Sim é um jogo colaborativo, onde os participantes já colocam a mão na massa para transformar o mundo, mesmo antes de chegar aqui. Dentro do processo de seleção do GSA, procuramos desde 1999, um modo criativo para selecionar os candidatos ao programa.

“Temos 3 pilares centrais neste jogo. Primeiro, as pessoas perceberem o potencial concreto que cada um tem de mudar o mundo. A segunda coisa é a noção que não estamos sós, que fazemos parte de um coletivo maior. Terceiro é apreender como as pessoas se organizam para resolver uma questão”, revela Ricardo Oliveros, co-criador do jogo.

O jogo tem 5 fases, e cada uma tem quatro possibilidades que são representadas por palavras-chaves que descrevem qualidades que podem ser desenvolvidas por aqueles que pretendem fazer parte de algum tipo de transformação social. Por nossa proximidade e várias formações feitas com Kaka Werá, desde 1999, há uma ligação profunda entre as qualidades dos elementos e cada uma das portas.

“Criar esta nova ferramenta responde a uma inquietação de linguagem e senso coletivo. Já que no processo anterior, cada participante escolhia um editor de conteúdo diferente dos outros, a plataforma permitiu desenvolver entre os jogadores o senso de pertencimento de comunidade, além de poder medir quantificar as ações e o impacto gerado. Ao desenvolver um espaço de linguagem unificada, garantiu que a criação estivesse vinculada a expressão coletiva, uso padrão de recursos e o compartilhamento de informações”, Fernando Conte, responsável pela inovação nos recursos da plataforma de jogos de transformação do Elos.

Ao longo das cinco etapas do jogo, existe um processo de comunicação voltada especificamente para os participantes, que é formado por um kit de inspiração para cada etapa, com exemplos que servem de norte para as tarefas. Ao final das fases, tem um vídeo com o consultor Aser Cortines. Os temas que ele trata servem para o jogador tenha a possibilidade de refletir sobre como agiu em cada uma das etapas. Ele fala sobre a importância do propósito, “como domar seu dragão”, comunicação não violenta, inteligências múltiplas, e a respeito de realidades, sonhos e futuro.

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Saiba como foi o processo seletivo do Guerreiros Sem Armas 2018

Foram 653 inscrições para o Guerreiros Sem Armas de 2018, vindas de 43 países diferentes: África do Sul, Alemanha, Argentina, Áustria, Bélgica, Brasil, Bulgária, Canadá, Chile, Colômbia, Congo, Costa Rica, Curaçao, Grécia, Holanda, Egito, Estados Unidos, Espanha, Estônia, França, Grécia, Índia, Irã, Irlanda, Itália, Reino Unido, Turquia, Quênia, Malta, México, Moçambique, Nepal, Nigéria, Peru, Portugal, República Tcheca, Ruanda, Senegal, Suíça, Tanzânia, Trinidade e Tobago, Turquia, Uruguai, Zâmbia, Zimbábue.
Destes, 249 se inscreveram para a Rota de Descoberta, 124 finalizaram e 89 foram selecionados. Foi estabelecido um roteiro para que participantes pudessem mostrar suas qualidades, desafios, e o ponto que se encontram nas suas vidas. A ideia central foi iniciar um processo de autoconhecimento, ao mesmo tempo, que percebe seus pontos fortes e quais precisam de mais atenção.
A Rota é dividida em três partes:

  1.    Visão apreciativa de si mesm@
  2.    Carta de Intenção
  3.    Apresentação em vídeo

81 pessoas começaram o Caminho do Sim, 47 finalizaram e 37 são participantes do programa.

O Caminho do Sim é um jogo que procura despertar a sua melhor versão de maneira ativa, intuitiva, colaborativa e compartilhada. A partir de cinco etapas, buscamos:

  1.    Avaliar a capacidade e disponibilidade de colocar em prática seu discurso, os valores e os talentos de cada participante
  2.    Estimular se conectar em rede para realização de ações sociais de maneira coletiva
  3.    Impulsionar uma ação que gere impacto positivo em um local, comunidade ou instituição
  4.    Mostrar que um processo seletivo pode ser colaborativo, ao invés de competitivo.
  5.    Garantir uma experiência significativa, potencializando a sua capacidade realizadora

A edição de 2018 acontece graças a parceria com Porto de Santos-CODESP, Fundação Arymax, Caixa Econômica Federal, Fundação FABH e apoio da Unimed, Prefeitura de Santos e Prefeitura de Cubatão.

Guerreiros Sem Armas: saiba sobre a seleção do programa

Dentro do processo de seleção do Guerreiros Sem Armas, procuramos desde 1999, um modo criativo para selecionar os candidatos ao programa. O Caminho do Sim é um jogo colaborativo, onde os participantes já colocam a mão na massa para transformar o mundo, mesmo antes de chegar aqui. O grande avanço é que em 2014, o jogo ganhou uma plataforma interativa, com a programação desenvolvida com a MKT Virtual de Santos. O jogo também é usado nos últimos quatro anos do processo de seleção do Programa Jovens Talentos da Arymax e no Novo Programa Instituto Reciclar. Fizemos uma entrevista com a Val para saber mais sobre esse processo que é ser selecionado para o Guerreiros Sem Armas.

Comitê de Seleção
Comitê de Seleção do Guerreiros Sem Armas

O que falamos pouco, é que para escolher os candidatos para o programa, temos um Comitê de Seleção que é formado por Val Rocha e Fernando Conte (GSA 2012), do Núcleo de Relacionamento do Elos, e neste ano, por facilitadores do Núcleo de Realização, como Clarissa Muller (GSA 2012), Mariana Felippe (GSA 2009), Niels Koldewjin (GSA 2011) e Renata Laurentino (GSA2012). Temos também @s  Guerreir@s sem Armas, como Simone Batista (GSA 2014), Hannah Needleman (GSA 2015), Daniella Dolme (GSA 2015).
Vale lembrar, que todos os Jogos de Transformação do Elos, entre eles o Caminho do Sim, têm como principais características:
1. Ao final todos saem ganhando
Independente de ser selecionado ou não para um determinado processo, o participante tem um ganho significativo ao final do jogo.
2.  Cultura de feedback
Todos que terminam o jogo participam de uma conversa onde pessoas que avaliam os resultados lhes apresentam os pontos positivos e negativos do processo.
3.  Estar pronto para ação
Uma questão que é importante dentro dos games do Elos é mostrar que além de ser capaz de formular um plano, o participante demonstra que é capaz de realizar alguma etapa significativa do plano.
4.  Capaz de articular uma ação coletiva
A colaboração entre os participantes é fundamental para o sucesso durante o desenvolvimento do jogo. Eles devem ser vistos como parceiros e uma rede de talentos e recursos que está disponível para todos.
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Colocar a mão na massa é um dos desafios do Caminho do Sim

 

Por que dizemos que o Caminho do Sim não é uma competição?
Para começar o processo de seleção, “temos uma reunião de abertura onde falamos sobre a atitude ética para a leitura da jornada de cada participante, porque existe uma confiança das pessoas que estão no jogo e colocando fatos muito pessoais”, esclarece Val sobre como se inicia o processo de seleção.
Os membros do comitê quando lêem as cinco ações que são executadas pelos participantes, procuram saber o que cada um(a) está buscando, quais os desafios que estão presentes na jornada atual, e quais as qualidades que dispõem para alcançar suas metas.
Por isso, não é uma competição, e não há comparação entre os jogadores. Existe sim, uma combinação entre o que o programa oferece como base de desenvolvimento pessoal e coletivo, e o momento de vida, as inquietações e expectativas dos futuros Guerreir@s. Por exemplo, se na jornada @ participante, está buscando uma especialização em alguma técnica, como permacultura, por exemplo, o Guerreiros Sem Armas, não responde esta questão.

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O participante deve saber analisar seus desafios e qualidades durante o Caminho do Sim

O que @s selecionad@s têm em comum?
A grande novidade na rodada de 2017 são os vídeos gravados pelo consultor Aser Cortines sobre temas que estão relacionados com as ações propostas pelo Caminho do Sim. Ele fala sobre Inteligências Múltiplas, Comunicação Não Violenta, a importância do propósito, como domar seu Dragão e Futuro. Estas falas colaboram para quem está jogando aprofunde questões que poderiam passar despercebidas, alem de colaborar em entender e lidar com os desafios pessoais.
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Aser Cortines

“Uma característica comum entre @s selecionad@s é a urgência, expressa em falas do tipo: ‘ como está não dá para ficar’, em relação a alguma situação que lhes incomoda. É aquele momento em que percebem que precisam mudar algo e não dá para esperar”.
Ao final do jogo, todos os que terminaram as etapas, podem participar de uma conversa de feedback que dura entre 40 minutos a 1h20, que serve para aprofundar os aprendizados e aponta a responsabilidade de cada um quanto as oportunidades que surgiram no seu caminho.
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Não importa o tamanho da ação proposta, mas o quanto que o participante está comprometido com ela

Mais informações: Guerreiros Sem Armas

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Guardiões da Transformação é nosso programa de doação recorrente. Colabore você também

Caminho do Sim: de processo seletivo para jogo de transformação

A primeira versão do Caminho do Sim surgiu em 2008, quando era jogado através de blogues. Desde 2014, se tornou origem da nossa plataforma de jogos de transformação, e neste ano, deixou de ser um processo de seleção para o Guerreiros Sem Armas e ser um método de desenvolvimento pessoal, onde é cobrada uma taxa de inscrição de R$ 150.
“Temos 3 pilares centrais neste jogo. Primeiro, as pessoas perceberem o potencial concreto que cada um tem de mudar o mundo. A segunda coisa é a noção que não estamos sós, que fazemos parte de um coletivo maior. Terceiro é apreender como as pessoas se organizam para resolver uma questão”, revela Ricardo Oliveros, co-criador do jogo.
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O jogo tem 5 fases, e cada uma tem quatro possibilidades que são representadas por palavras-chaves que descrevem qualidades que podem ser desenvolvidas por aqueles que pretendem fazer parte de algum tipo de transformação social. Por nossa proximidade e várias formações feitas com Kaka Werá, desde 1999, há uma ligação profunda entre as qualidades dos elementos e cada uma das portas.
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A inovação quando migramos para a plataforma é ter todo conteúdo em um único lugar, existir uma interação direta em único espaço, além de possibilitar a mensuração de impactos das ações desenvolvidas pelos participantes.
“Criar esta nova ferramenta responde a uma inquietação de linguagem e senso coletivo. Já que no processo anterior, cada participante escolhia um editor de conteúdo diferente dos outros, a plataforma permitiu desenvolver entre os jogadores o senso de pertencimento de comunidade, além de poder medir quantificar as ações e o impacto gerado. Ao desenvolver um espaço de linguagem unificada, garantiu que a criação estivesse vinculada a expressão coletiva, uso padrão de recursos e o compartilhamento de informações”, Fernando Conte, responsável pela inovação nos recursos da plataforma de jogos de transformação do Elos.
Ao longo das 5 etapas do jogo, existe um processo de comunicação voltada especificamente para os participantes, que é formado por um kit de inspiração para cada etapa, com exemplos que servem de norte para as tarefas. Ao final das fases, tem um vídeo com o consultor Aser Cortines. Os temas que ele trata servem para o jogador tenha a possibilidade de refletir sobre como agiu em cada uma das etapas. Ele fala sobre a importância do propósito, “como domar seu dragão”, comunicação não violenta, inteligências múltiplas, e a respeito de realidades, sonhos e futuro.

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Durante o Caminho do Sim, cada jogador é exposto a uma série de situações e tem a percepção do que aconteceu consigo e com os outros, com quem interagiu. Ao mesmo tempo um grupo de pessoas, um comitê de seleção observa o jogo em detalhes. Estas pessoas conhecem intimamente o teor dos desafios propostos pelo jogo e o seu potencial para inspirar e provocar.
“Este comitê é guiado pela Filosofia Elos e o olhar generoso e cuidadoso sobre como cada um se transforma, formando um conjunto de observações que servem de base para uma conversa de feedback, onde exercitamos contar de forma compassiva o que vimos de qualidades e desafios para cada um dos jovens, ao mesmo tempo oferecemos a escuta atenta, queremos checar se o que foi observado a partir do nosso ponto de vista se alinha com a percepção do jogador. Não é um monólogo é um diálogo, uma experiência de crescimento mutuo que serve para nos apoiar em nossos próximos passos, em qualquer que seja a direção para a qual caminhemos”, revela Val Rocha, que coordena todo processo de comunicação com os jogadores, além do comitê de seleção, quando o Caminho do Sim é jogado com esta intenção, como por exemplo nas versões para a Fundação Arymax, na seleção do programa Jovens Talentos , e para o novo programa do Instituto Reciclar.
Muitos perguntam se depois de jogar uma vez, ainda assim vale a pena repetir todas as etapas. A matriz que compõem o jogo permite que o jogador tenha em cada etapa 4 possibilidades de caminho a seguir. Em termos matemáticos, existem 1024 de combinações diferentes de jogos. Além disso, mais do que uma gama de resultados diferentes, toda a metodologia do Caminho do Sim se apóia em três níveis de relações: eu comigo mesmo, eu com o outro, eu com o mundo. Com isso você aprende a desenvolver um olhar apreciativo sobre si mesmo, sobre o outro, a valorizar o desenvolvimento de projetos coletivos, e perceber que ninguém precisa estabelecer uma atitude competitiva e sim colaborativa para transformar o mundo no lugar que todos sonhamos.

ADM e Elos convidam para lançamento de Vivência Oasis Santos

Atenção moradores de Santos!!! Vamos fazer a única Vivência Oasis na cidade. Todo mundo convidado para o lançamento.

ADM

Na terça, dia 16 de agosto, tem a apresentação deste projeto comunitário, abertura das inscrições, resultado de uma parceria da ADM com o Elos. Vai ser lá no Clube Estrela de Ouro, na Avenida Rei Alberto I, 372, 19 horas.
No encontro a empresa vai lançar o projeto de mobilização comunitária no bairro da Ponta da Praia, e informar sobre as obras no terminal da empresa no Porto. A primeira reunião aconteceu em fevereiro deste ano. Saiba mais em Projeto Novos Ares .

Em abril de 2014, nós realizamos um Diagnóstico de Relacionamento para a ADM, com a finalidade de melhorar o diálogo com a população e o poder público, na áreas de meio ambiente e integração com a cidade. Em 2015, a empresa fez diversas ações baseadas no diagnóstico. Em fevereiro deste ano aconteceu a primeira reunião com os moradores, e esta também vai servir para uma resposta de uma série de questões que foram levantadas no começo do ano.

Abertas as inscrições para a VIVÊNCIA OASIS RIO DOCE, uma parceria entre o Elos e Juntos.com.vc

Vamos nos unir para criar o futuro dos sonhos?

juntos

Depois do rompimento da Barragem do Fundão, mais de 3 mil pessoas fizeram doações através da plataforma Juntos.com.vc para um projeto comunitário que será um símbolo da disposição para sonhar e agir.
O projeto vai acontecer de agosto a dezembro, na divisa entre Minas Gerais e Espírito Santo. A primeira fase é a Vivência Oasis em Mascarenhas (Baixo Guandu – ES).
Moradores, lideranças comunitárias, estudantes, ativistas, organizações sociais: está todo mundo convidado para fazer esse curso gratuito e colocar a mão na massa para transformar os sonhos em realidade. Tem duas maneiras de participar:
Vivência Oasis
26/08 das 14 às 19h
27 e 28/08 das 9 às 19h
9, 10 e 11/09 das 9 às 19h
12/09 18 às 20h30
Encontros comunitários abertos
26/08 às 18h Apresentação
28/08 às 15h Encontro de projeto
30/08 às 18h Reunir talentos e recursos
10 e 11/09 Por a mão na massa
12/09 15h30 às 17h Encontro de futuro
Faça sua inscrição: www.bit.ly/oasisriodoce

Como construir um movimento de ação: o exemplo do Instituto Elos no Brasil

Este é um texto publicado por Niels Koldewijn na Enar Webzine originalmente em inglês.
Em um contexto de crescente tensões socioculturais na Europa, uma conferência foi realizada em 21 de janeiro, em Bruxelas, reunindo organizações de todo o mundo – a rede E-motive – para compartilhar de que modo seu trabalho nos chamados países em desenvolvimento pode oferecer reflexões sobre como lidar com os conflitos sociais no nosso continente. O que uma organização teatro social de Roterdã poderia aprender com o conflito entre Israel e Palestina que dura décadas? O que poderia nossas cidades europeias aprender comas favelas brasileiras sobre a construção da comunidade?
OASIS NEDERLAND
Em 2010, a rede E-motive deu a oportunidade de um grupo de jovens empreendedores sociais de responder a essa última questão e ver se o trabalho do Instituto Elos no Brasil poderia ser trazido para a Holanda, com o objetivo de trabalhar no fortalecimento do tecido social em comunidades urbanas de grande diversidade. O que parecia apenas um projeto-piloto, acabou por ser parte de uma grande onda de ações se estendendo por vários países e comunidades na Europa.
Como começou
Instituto Elos, nos últimos 15 anos, impulsiona um movimento mundial de comunidades e pessoas, trabalhando com uma metodologia colaborativa para comunidade em condições sociais difíceis. Uma prática de 7 etapas e uma filosofia foram desenvolvidas através do trabalho nas favelas brasileiras, as quais o Instituto Elos tem ‘ensinado’ para mais de 1000 pessoas. No centro está um processo de mobilização de pessoas em torno da realização de um projeto com base em valores comuns e aspirações coletivas.
Em 2010, o primeiro pé foi fixado em solo europeu, na comunidade do distrito de Amsterdam North. Depois de treinar no Brasil um grupo de pessoas mobilizou esta comunidade e olhou para as suas aspirações coletivas. Num lugar onde as pessoas pareciam viver suas vidas separadas dos outros, a maioria manifestou curiosidade sobre seus vizinhos e outras culturas. Durante esta primeira troca, a comunidade criou um mural com as bandeiras de todas as nações presentes e uma horta comunitária de maneira coletiva. Este primeiro teste da aplicação da metodologia brasileira mostrou que o resultado físico não refletia o sucesso, e sim a maneira de expressar uma nova ponte intercultural.
Em 2011, o Elos Foundation foi criado na Holanda, e tem nos últimos quatro anos apoiado cerca de 25 projetos em seis países em toda a Europa e no Caribe.
Profissionais e o Elos têm realizado coletivamente 500 ações comunitárias atingindo mais de 25.000 pessoas ao redor do mundo. No entanto, para além destes números, o mais importante são as histórias que surgem, onde as atividades contribuem para construir pontes em lugares onde aparentemente eram impossíveis por causa das divisões sociais, superando preconceitos, habilitando as pessoas, estimulando relacionamentos, através de uma ação coletiva.
Como funciona?
“No começo eu pensei que ia demorar muito tempo, mas depois percebi que o que nós fizemos em dois fins de semana, representa 5 anos de trabalho ” – Kurt Schoop, membro da comunidade de Otrobanda, Willemsstad
Então, no fundo, o que significa tudo isso? O formato mais aplicado é o Jogo Oasis, que dura entre 4 a 10 dias em uma comunidade. Depois de uma fase de preparação, um grupo de 15 a 30 e parceiros que participam de um processo apresentado por um conjunto de facilitadores. Este grupo vai para a comunidade para mobilizar as pessoas através da construção de um novo tipo de relacionamento, que resulta no envolvimento na realização de um projeto comum.
Cada ação segue 7 passos:
1. Olhar – os participantes procuram as coisas bonitas na comunidade, mudando sua perspectiva do que está faltando para o que está presente.
2. Afeto – os participantes se conectam com as pessoas que estão por trás da beleza, descobrindo talentos escondidos na comunidade, fortalecendo relacionamentos positivos, e a construção de confiança, que vai além das barreiras culturais.
3. Sonho – participantes aprofundam essas relações, descobrindo aspirações comuns, que em 90% dos casos estão baseados em valores humanos que temos em comum.
4. Cuidado – é um encontro de co-criação a partir de uma visão de como este sonho comum pode ser visualizado e realizado.
5. Milagre – os participantes trabalham juntos para fazer o projeto acontecer, o que geralmente se concentra em transformar o lugar, mas é, em essência sobre como trabalhar lado a lado.
6. Celebração – a comunidade mobilizada e participantes comemoram o resultado, reconhecendo cada contribuição.
7. Re-evolução – comunidade e os apoiadores aproveitam esta experiência como um ponto de partida para a concepção de novos projetos futuros.
Por que isso funciona?
O que podemos aprender com este método para criar um movimento de transformação de base comunitária? Em nossa experiência, os seguintes fatores foram cruciais na história de Elos.
“No primeiro Oasis jogo que fizemos em Amsterdan North, uma assistente social da prefeitura nos aconselhou a não ir à mesquita, porque com base em suas próprias experiências, ela sabia que não seríamos bem-vindos Então, esse foi o primeiro lugar que eu fui e comecei a conversar com Mustafa, o presidente da mesquita. Ele nos convidou para o chá e explicou que eles queriam mais ligações com a comunidade e falou para gente ir na oração sexta-feira. O sonho da comunidade era ter um parque e no final Mustafa e os membros da mesquita ficaram tão animados com o projeto, que eles ofereceram uma parte do seu terreno e trabalharam o final de semana todo ao nosso lado “. – Rodrigo Alonso, co-fundador da Elos, falando de sua experiência em Amsterdã
Aplicar, treinar, capacitar e habilitar
Um dos principais fatores é que queremos impulsionar um movimento, todavia mais do que isso, incorporamos a Filosofia Elos em todas as nossas ações. Todas as nossas atividades são destinadas a aprender-fazendo, o que significa que não só trabalhamos nas ruas, mas sempre através destas experiências queremos inspirar, treinar e habilitar as pessoas para este trabalho seja feito por eles mesmos. As pessoas são estimuladas através de ações conjuntas, ao mesmo tempo que acontece a aprendizagem mútua, com uma inspiração de efeito multiplicador.
Convite para ser parte de uma narrativa positiva
Embora haja muitas razões para lutar contra algo, nosso convite é positivo. Pedimos para comunidades e participantes do nosso programa para se tornar parte de uma história de transformação, com base no que coletivamente nos inspira. E, apesar de alguma hesitação inicial, muitas vezes as pessoas recuperaram a crença em si mesmo, algo que tinham perdido ao longo do tempo.
Acreditando nas relações humanas
Elos é uma palavra português que significa ‘links’, mas significa a criação constante de relacionamentos. O que aprendemos desde o início é que a mobilização de comunidades não funciona com folhetos e cartazes, mas através da construção de relacionamentos, especialmente envolvendo líderes afetivos. Este tipo de líder é composto por pessoas que não são, por si só os líderes políticos ou oficiais, mas aqueles que são capazes de mobilizar outros e são respeitados por seu coração que atua na comunidade.
Não é um truque de 7 etapas – é uma atitude
Embora o jogo Oasis está disponível para download e está no espírito “ faça-você-mesmo”, não é apenas uma questão de seguir os 7 passos. Nossos programas e treinamentos são baseados em transformar atitudes e perspectivas das pessoas sobre como elas veem o mundo e o modo como se relacionam com ele. Mais do que qualquer coisa, promovemos um conjunto de novas atitudes que são altamente necessárias na nossa sociedade, como se concentrar no que temos em comum, em vez do que não o fizermos, acreditando que há uma riqueza de talentos e soluções disponíveis, e que ações bem-sucedidas são sempre impulsionadas pelo poder dos sonhos comuns.
“Depois de ser treinado no Brasil em 2011, fui convidado para vir a uma reunião em ‘De Kleine Wereld’ até o final de 2013. A experiência do jogo Oasis ainda estava em suas memórias e um grupo da comunidade me convidou para facilitar um processo focado em obter mais vizinhos envolvidos na comunidade, e mostrar o empreendedorismo como uma saída para o desemprego. É lindo como essa faísca inicial continuou a produzir resultados. Agora, depois de outro Oasis, um grupo muito diversificado de mulheres desempregadas começou uma cooperativa da comunidade. ” – Maartje Bos, assistente social e facilitador do Jogo Oasis.
Um monte de ação
Por último, mas não menos importante, o trabalho envolve um monte de ação, e dentro de uma mudança a longo prazo das atitudes e relacionamentos para produzir impacto e sucessos de curto prazo. Ele mantém as pessoas motivadas e fazer coisas juntas e a criar novas experiências, que continuam alimentando estas relações.
Estas conclusões são baseadas em nossa própria experiência. Isso não significa que ele é perfeito e aplicável em todas as circunstâncias para a criação de movimentos. Mas sabemos que ele tem um impacto e que se mantém em movimento, mesmo para além dos nossos próprios sonhos e expectativas.

Oasis nas Escolas: O papel da educação no caminho da transformação

Este texto foi produzido por Sebastián Ronderos*, GSA 2015, e facilitador do OASIS NAS ESCOLAS. Aqui ele faz uma reflexão profunda sobre como a educação é lugar onde começamos a sonhar com o melhor mundo, mas que o sistema precisa passar por um processo de transformação profundo.

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Qual é o papel da educação no caminho à transformação? Esta pergunta tem acompanhado minha jornada na construção de elos nas comunidades e nas redes educativas, iniciada no Oasis na escola EMEF Duque de Caxias, no Glicério, São Paulo, e reforçada recentemente no Oasis na EE. Dr. Rafael Mauro, na Vila Maringá, Jundiaí. O transcurso do último mês tem sido atravessado transversalmente pela quebra de paradigmas, em especial os guiados por sentidos de escassez, de conceitos mutuamente excludentes tradicionalmente expressados na noção de “amigo/inimigo”, herança de modelos tradicionais que não conseguem enxergar a diferença.

A educação publica, não só no Brasil, mas também na Colômbia, na Espanha, continua assumindo uma postura maioritariamente tradicional, passiva, ou, nos próprios termos de Foucault, como o autor explicita na obra “Vigiar e Punir”, continua estabelecendo uma função normalizante do corpo educativo, em especial dos alunos. O anterior, gera uma dissonância frente as necessidades e desafios que enfrentam as nossas sociedades, reclamando espaços de participação, questionando conceitos e construindo o espaço vital para o desenvolvimento criativo de sonhos coletivos.

 Esse espírito transformador foi a motivação, o motor do profundo processo vivenciado recentemente na Vila Maringá, onde eu, como facilitador, fui cativado por um regozijo de afeto que veio da comunidade educativa em geral, e dos alunos em particular, inspirado pela disposição da direção e coordenação da escola – José Luis e Sabrina sempre dispostos a um novo olhar, mesmo com os mais que justificados medos por quebrar os protocolos diários, e a falta de certeza do que representa um OASIS – e motivado pela participação dos educadores e funcionários, entregues não ao simples melhoramento da escola, e sim, a materialização da MELHOR comunidade escolar.

Foi um processo que se articulou com os trabalhos que a própria escola já vinha desenvolvendo, potencializando um novo olhar, por exemplo, através do projeto criativo que partiu do filme “O pequeno príncipe”, ou a desconstrução de notícias dos principais jornais da cidade para gerar uma perspectiva crítica, essencial na participação e nas responsabilidade cidadãs.

Outra engrenagem fundamental, foi o grupo de teatro, com quem conseguimos articular o Show de Talentos do dia 12 de novembro, utilizando o colorido palco e a maravilhosa interpretação da peça “O Auto da Barca do Inferno”, de Gil Vicente, dando sofisticação aos conteúdos satíricos, reforçado pela confiança dos estudantes na atuação. Isso colaborou com as apresentações posteriores dos outros alunos, com cantos, instrumentos, recitais, receitas de cozinha, poesias e desenhos, entre outros tantos talentos reconhecidos.

Foi claro que estávamos somando águas em um fluxo que já vinha fluindo com forca, numa escola que estava desenvolvendo propostas diferenciadas para repensar a comunidade escolar, conscientes dos desafios atuais, das limitações de recursos esgotados, próprios dos modelos antigos e do implacável potencial dos jovens que, mesmo num mundo de certezas, pela sua criatividade, não pararam de sonhar. Foram verdadeiros empreendedores, mobilizadores comunitários e catalizadores de recursos, articulando o bairro e dando um grande exemplo de gestão participativa.

Juntos transformaram a escola num espaço colorido, diverso, deixando claro que diferença não é sinônimo de desigualdade, e que é essa diversidade, a essência de um mundo mais rico, abundante e criativo. Muralismo, paisagismo, carpintaria e espaços multiusos ao ar livre são só alguns dos milagres que foram materializados, fazendo parte de uma série de sonhos que conformam a política pública desenhada pela própria comunidade escolar. É um inequívoco exemplo de democracia direta em ação. É, talvez, uma aproximação do modelo de  educação sonhado por Paulo Freire: “Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção”, em “Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa”.

E então, qual é o papel da educação no caminho à transformação? A experiência na EE. Dr. Rafael Mauro mostra que é, no mínimo, um espaço de desenvolvimento criativo essencial para impulsionar novas formas de viver juntos, e de encontrar outros olhares para nosso mundo, de fomentar uma consciência crítica, sonhadora, que permita construir espíritos participativos orientados por utopias coletivas e assim, potenciar esse melhor mundo, inclusivo, ativo, desafiador e abundante, ao que dedicamos nossos melhores esforços.

Sebastián Ronderos é cientista político da Universidad de los Andes, Bogotá, Colombia, especialista em resolução de conflitos da Pontificia Universidad Javeriana e mestre em Cultura de Paz, Conflito, Educação e Direitos Humanos da Universidade de Granada, em Granada, Espanha. É Guerreiro Sem Armas da edição 2015.

Parceria com Fundação Alphaville promove Oasis nas Escolas em Jundiaí

Desde outubro, que através da parceria entre a Fundação Alphaville e o Instituto Elos, está sendo aplicado o Oasis nas Escolas, dentro do programa Bairro Educador, uma somatória de iniciativas que visam potencializar comunidades educativas existentes em redes educativas territoriais, por meio de:
– Formações em educação integral para a sustentabilidade;
– Fortalecimento de projetos potenciais dentro do Projeto Político Pedagógico de cada escola (PPP);
– Articulação entre escola e talentos do bairro, em projetos de aulas e atividades ligadas ao esporte, arte e cultura.

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O programa envolve a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio de escolas públicas, municipais e estaduais, como atividades complementares ao contra turno escolar nos bairros localizados nas áreas de influência do empreendimento Alphaville Jundiaí.
O programa está sendo aplicado na EE. Dr. Rafael Mauro (Fundamental II e Ensino Médio), tendo como facilitadores Natasha Gabriel e Sebastián Ronderos, da Equipe Elos. Na EMEB Professor Owen Zilio (Educação Infantil), os facilitadores são Marina Engels e Jamerson Mancio.

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Professor de Matemática usa seus talentos de cozinheiro para explicar fundamentos de Matemática

De acordo com a Natasha Gabriel, os pontos altos da Rafael Mauro:
“O show de talentos foi um dos momentos mais lindos até agora, os professores organizaram a feira cultural e tinha muita produção interessante que se alinhava com a FILOSOFIA ELOS. Os professores de Português e Artes trabalharam as caixas das memórias dos alunos, tinham também fotografias das belezas e afetos da escola, charges incríveis, máscaras africanas, teatro (O Auto da Barca do Inferno de Gil Vicente). O professor de Matemática fez uma torta de abobrinha para mostrar seu talento culinário, e depois explicou o que a receita tinha de matemática.

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Na experiência com escolas foi a melhor experiência quando o projeto pedagógico (feira cultural) e a Filosofia Elos (Afeto + Show de Talentos) se complementaram incrivelmente! os jovens foram protagonistas do começo ao fim!
O grupo de jovens que tem participado da ação é incrível, muito engajado! Eles estão captando recursos, supermotivados e já conseguiram palletes, pneus, algumas tintas.Também estão fazendo uma rifa”.
Jamerson Mancio destacou os seguintes pontos na Owen Zilio:

ara encerrar participamos da inauguração da árvore encantada, preparada para o trabalho sensorial 02

“Estamos indo muito bem por lá, a comunidade escolar entendeu a proposta do jogo e está cada vez mais junto.
O show de talentos foi algo muito marcante, chegamos lá e tudo estava pronto, a Diretora da escola abrindo na manhã e tarde com uma dança com seu professor de dança de salão e finalizando o show de talentos da parte da tarde com uma Zumba envolvendo todos os presentes. As crianças adoraram e diziam: ‘ Rose num é aquela que é brava?!?’
Espantados com o sorriso da diretora durante a apresentação. O Coral da EMEB Aparecido Garcia também se apresentou, foi emocionante.
A parte dos Sonhos foi muito interessante para todos os envolvidos e tivemos muitos aprendizados com os pequenos. Escutar os sonhos das crianças foi algo mágico. Logo em seguida colocar os Sonhos na Árvore, os pais também partilharam seus Sonhos para a escola”.
Na etapa de Cuidado, as crianças se mostraram muito ligadas no processo Jogo Oasis, pela manhã 3 maquetes com 5 turmas, aproximadamente 80 crianças, na parte da tarde um novo recorde de, 85 crianças ao mesmo tempo fazendo 3 maquetes. Que experiência incrível!

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No último encontro validamos os sonhos a serem realizados com o “Conselhinho” que são os representantes das crianças na Escola”.

Projeto Owen Zilio (3)