HASCO – Encontros comunitários em Lynnwood

Em Lynnwood, no condado de Snohomish, WA, a HASCO continua seu esforço em combater a crise habitacional. Numa época, em que o mercado imobiliário está cada vez mais difícil, mais caro e mais inacessível, a parceria do Elos com a HASCO, contínua para apoiar na aprovação de um novo projeto habitacional em Lynnwood que oferece mais unidades de habitação subsidiadas para acolher uma crescente demanda de famílias de baixa renda. Pode ler mais sobre o começo do projeto aqui.

Após uma primeira etapa de diagnóstico, que inicialmente demonstrou que existiam várias preocupações e tensões rodeando esse projeto mas também várias formas de solucionar, o projeto continuou para a segunda etapa de mãos na massa! O trabalho consiste em aproximação e mapeamento de stakeholders, com um foco agora, nesta segunda etapa, na vizinhança direta dos empreendimentos, criando espaços seguros para o diálogo e a busca por soluções que contemplem as diferentes vozes do local.

Encontro Comunitário 

Tanto no encontro comunitário que aconteceu em Setembro como no encontro mais recente em Novembro, se juntaram representantes de organizações locais relacionadas com problemas habitacionais e serviços sociais, vizinhos dos edifícios de Pinewood e Timberglen, colaboradores da HASCO e moradores de Pinewood e Timberglen.

Foram encontros muito potentes, em que as pessoas que haviam participado nas audiências públicas e manifestaram preocupações e resistência, aceitaram o convite para participar neste encontro. Estavam muito engajadas nos diálogos, abertas para escutar e sensibilizadas com a causa da HASCO em contribuir para o acesso da comunidade do condado ao direito à moradia. Nesse encontro, a adesão e protagonismo dos moradores , se tornou mais aparente. Hannah Needleman, facilitadora do Instituto Elos, conta que desde o primeiro encontro com os vários stakeholders, já houve várias mudanças de opinião. Como por exemplo, uma vizinha que no início de Setembro estava contra a medida de rezoneamento de média para alta densidade, após os encontros, veio até perguntar porquê o projeto não contava com mais unidades! 

Utilizando a metodologia Elos, tanto nos encontros comunitários, criando espaços de diálogo, escuta e partilha, mas também na forma como a HASCO abordava o tema e se posicionava diante dos outros stakeholders, sentiu-se uma grande mudança na progressão do projeto. 

"Estamos todos tentando alcançar o mesmo objetivo. Podemos chegar lá sem derrubar todas as árvores, sem crianças dormindo em carros e ... sem crianças dormindo em prédios deteriorados com o teto apodrecendo e tubulações enferrujando. Todos nós podemos fazer melhor."
Sarah Max
Diretora de Internal Legal Affairs na HASCO

Vários participantes também frisaram a importância desses encontros acontecerem, e a importância de ter este espaço para partilhar ideias, dores e fazer perguntas para todas as pessoas impactadas pelo projeto, tanto moradores, vizinhança, como outros stakeholders envolvidos. 

O futuro

O projeto está entrando nas últimas fases de aprovação, sendo que no fim de Outubro houve uma audiência pública da Comissão de Planejamento Urbano de Lynnwood, que votou de forma unânime a recomendação do projeto para ao Conselho. Ainda em Novembro, se realizará a próxima audiência no Conselho Municipal

Acompanhe o desenrolar desse projeto no nosso blog e redes!

Rede de Lideranças: a convivência é uma construção, um processo.

Quando lá atrás a Mariana Felippe e a Clarissa Borges defenderam que em 2023, o Instituto Elos nutrisse mais ambientes para o conviver, era um pouco isso que elas imaginavam: parte do último encontro com a Rede de Lideranças Comunitárias foi um tempo livre para que, especialmente as crianças, aproveitassem o Espaço Elos.

Os adultos fizeram parecido, enquanto compartilhavam lembranças e histórias.

“Conviver é uma construção, é um processo”, defende Clarissa. Com isso, ela explica, a ideia é criar momentos que sejam assim, longe de uma ideia de produção, de criar o tempo todo. O tempo livre para bater papo é tão essencial para o fortalecimento de comunidades quanto o período de atividades estruturadas para debate e troca de conhecimentos. Foi o caso desse grupo.

A Rede de Lideranças Comunitárias é um dos projetos que busca dar movimento a quem está na linha de frente das transformações dos bairros. Nesse caso, uma articulação entre pessoas de territórios das cidades que compõem a Baixada Santista, em São Paulo, e que de alguma forma tem conexão com o Elos.

Estiveram nesse segundo encontro 20 pessoas, sendo 9 adultas, vindas de 7 territórios diferentes, especialmente de Santos e Cubatão. Clique aqui e leia como foi o primeiro encontro da Rede de Lideranças, em maio.

As crianças já chegaram com óculos de , mas o tempo estava ali no meio do caminho. Fazia que ia chover, mas não chovia mesmo; fazia que ia dar sol, mas não dava sol mesmo. Então, com as atenções um pouco no céu, um pouco nas mesas de conversa, o dia começou com duas atividades.

A primeira foi uma reflexão sobre o que são direitos humanos num contexto territorial, atividade facilitada pela GSA 2022 Vitória Santos . Trazer esses conceitos muito grandes para a realidade de quem lidera a transformação dos territórios é algo importante para o nosso trabalho.

E um segundo movimento foi a apresentação da pesquisa que entrevistou buscou traçar os seus perfis, entender a natureza de trabalhos, os desafios de cada território e como podemos ser um aliado estratégico de médio e longo prazo dessas lideranças e territórios.

Entre as tantas descobertas importantes trazidas por essa pesquisa, que em breve será contada por aqui, uma chama a atenção logo de cara e foi contada ao grupo pela Mariana Felippe: 65% das pessoas entrevistadas não conseguem participar de espaços de construção política. Por exemplo, estar em reuniões de conselhos.

Importante destacar esse dado porque é justamente nesses espaços que são elaboradas, discutidas e reorganizadas as diretrizes que influenciam direitos básicos feito a Educação, Saúde, Cultura. Ou seja, as lideranças conseguem movimentar os territórios, a muito custo, mas ainda encaram um desafio de influenciar os campos de direitos. Sobre isso, Clarissa aponta um nó institucional que precisa ser desatado.

“Falamos sobre a importância de estar nos espaços de participação popular, mas reconhecemos o quanto esses espaços hoje não são organizados para acolher o ritmo de vida dessas lideranças. Por exemplo, a maioria das reuniões são durante o dia, no horário de trabalho das pessoas”, indica. Nos encontros, o Elos tem batido muito na tecla da participação social e os entraves para isso.

PRÓXIMO ENCONTRO

Em novembro, no próximo dia 11, acontece o terceiro encontro da Rede de Lideranças Comunitárias da Baixada Santista, o último desse ano. O tema da vez é alimentação, fome, segurança alimentar e nutricional, sempre trazendo essa conversa macro para a realidade territorial. Dessa vez, a atividade acontecerá na sede UNIFESP.

Nêgo Bispo: quanto vale o nosso saber orgânico?

Foi o Ronaldo Pereira, GSA 2011, quem trouxe essa pergunta poderosa durante o lançamento do Lab Causas, o mais novo projeto do Instituto Elos para impulsionar movimentos de transformação da Rede GSA. Mais de 60 pessoas participaram da roda de conversa virtual, em 24 de outubro. Nêgo Bispo, um dos mais importantes pensadores do Brasil foi a pessoa convidada para abrir os caminhos.

Antes de seguirmos: chamamos de Rede GSA quem passou pelo Programa Guerreiros Sem Armas – GSA. Hoje em dia somos mais de 700 pessoas, em mais de 60 países. Já o Lab Causas é um edital que apoiará duas Comunidades de Aprendizagem e Prática para investigar e propor ideias ao redor do tema dessa edição de estreia: por um mundo antirracista na prática. Uma parceria Instituto Elos e Imaginable Futures.

Sobre a pergunta poderosa, o Ronaldo e esse dia, foi assim que o Nêgo Bispo respondeu: “Saber orgânico é esse saber que compõe o ser, que envolve o ser. Então, ele vale toda a nossa vida, porque ele é a nossa vida”. Durante mais de duas horas, Nêgo Bispo passeou junto com mais de 60 Guerreiros Sem Armas por diversos assuntos e temas.

O ponto de partida e chegada foi sempre o título que pediu que colocasse em sua fala: por um mundo contracolonialista. Sobre isso, inclusive, ele explicou:

“Eu não sou deconolonial, eu sou contracolonial. Nós dos quilombos não fomos colonizados, então não tem como agora eu ser descolonizado”.  Ele costurou isso com outro presente, em forma de pensamento: “A colonização nunca parou. Hoje em dia as pessoas estão levando o vento, estão levando o sol, em forma de energia”.

As perguntas seguiram, e foram muitas e poderosamente iguais a essas. No canal do Instituto Elos no Youtube você poderá acessar alguns cortes dos pensamentos trazidos por Nêgo Bispo, em troca com a Rede GSA. Para assistir clique aqui.

Esse encontro, que renderia muito mais a ser contado, foi o primeiro movimento do Lab Causas. Agora, as pessoas interessadas em participar do projeto estão demonstrando o seu interesse e serão construídas duas Comunidades de Aprendizagem e Prática. Os dois grupos recebem apoio financeiro e técnico do Instituto Elos para escolher um tema de interesse comum e passam a se encontrar para pesquisarem, trocarem entre si e pensarem ideias que ajudem a resolver aquele desafio social.

Por exemplo, um dos grupos pode querer elaborar pistas de ação sobre a saúde mental de mulheres negras que estão na linha de frente do trabalho social nos territórios.

E tem mais. Quem compor as duas Comunidades de Aprendizagem e Prática terá encontros exclusivos com Silvia Silva, Mestre em Psicologia Social e pesquisadora em CNV para diálogos e ações antirracistas. Nesses dias, as conversas serão uma espécie de alinhamento geral sobre o tema deste ano, uma partida de um lugar comum entre nós. 

Os encontros, que acontecem ainda em novembro, tem como tema orientador o “Antirracismo em reflexões e práticas” e são divididos em três grandes conversas: histórico e alinhamento conceitual antirracista; estratégias para construção de ações antirracistas e fortalecimento de laços nas comunidades de aprendizagem.

Aprendizados na jornada GSA: o Caminho da Expansão

O programa GSA (Guerreiros Sem Armas) acontece ao longo de um ano, dividido em quatro módulos: Caminho do Sim, Jogo da Abundância, Imersão e Caminho da Expansão. Neste exato momento, a turma de 2023 está vivenciado o quarto e último módulo, refletindo sobre a jornada que percorreram até agora, planejando os próximos passos e já colocando a mão na massa para realizar a transformação nos seus contextos e comunidades, agora com a bagagem cheia de novos aprendizados!

Durante o Caminho da Expansão, as participantes têm a oportunidade de sonhar o que desejam realizar daqui pra frente, em momentos coletivos de mentoria e também espaços individuais de conversas com a equipe Elos – além de rodas de conversa com convidadas especiais para se inspirar ainda mais. O Caminho da Expansão funciona também como uma comunidade de aprendizagem entre GSAs, onde cada pessoa pode partilhar suas experiências e ouvir a das outras pessoas, enriquecendo ainda mais suas reflexões e proposições para a transformação do mundo. É também um espaço de cuidado a apoio mútuo, que mantém viva a comunidade GSA que se formou ao longo da jornada.

Como diz o nome da etapa, é um momento de Expansão. “É bonito de ver o quanto a turma já está colocando a mão na massa para realizar novos projetos, mobilizando pessoas, recursos e incentivando que mais pessoas possam sonhar transformações coletivas para os seus territórios. O grupo também está engajado em apoiar o processo de prospecção de novas participantes para as próximas edições do programa, pois entendem a importância de expandir a comunidade GSA na sua própria rede, tendo cada vez mais pessoas aliadas comprometidas com a transformação.”, conta Nati Dittmar, gestora na equipe Elos e que está acompanhando de perto este processo. “Tem gente fazendo workshops sobre a Metodologia Elos e conectando com temas sobre autocuidado, por exemplo. Outros grupos estão planejando aplicar Jogos Oasis (uma ferramenta da metodologia) em territórios que vão desde a Baixada Santista até Moçambique, Angola e Líbano”. 

Além de projetos pessoais, tem muita gente também levando os conhecimentos e habilidades adquiridas ao longo desta experiência para o seu trabalho. É o caso do Vinícius Marquesini Terzi, que está aplicando a Metodologia Elos na sua atuação como gestor de projetos no LeBem, organização onde já atuava antes do GSA. 

Vini mostrando a horta comunitária materializada no mutirão do GSA 2023

“Estou coordenando um projeto que tem o objetivo de acessibilizar e oferecer espaços e ambientes naturais, selvagens também, e ecopedagógicos para a comunidade aqui de Ribeirão Pires e Mauá (SP). O projeto ainda está amadurecendo metodologicamente, mas sinto que internalizei a Metodologia Elos e os sete passos estão reverberando muito antes de fazer qualquer iniciativa. Trazer o olhar, retomar o afeto das pessoas com a natureza, navegar entre os sonhos… Nosso, das instituições, do planeta, das pessoas. Praticar o cuidado com nós mesmos, com a Terra”. 

O Vini contou também que colocar a mão na massa é fundamental e por isso quase todo final de semana “milagres” acontecem na realização de oficinas práticas e gratuitas. “E celebramos também, né? Sempre no final de cada semestre e agora faremos uma trilha! Para o ano que vem, estamos sonhando que a re-evolução seja florescer ainda mais e poder alcançar mais pessoas. Que esse projeto se torne uma vitrine para inspirar outros”.

Essas e outras histórias materializam o potencial de transformação das pessoas que passam pelo GSA.

Seja você também a mudança que o mundo precisa.
Seja GSA!

As inscrições para a edição 2024 estão abertas!
Acesse o site e saiba mais: https://institutoelos.org/gsa/.

Plano de Território da Bonja – Encontros Comunitários das Agentes

Crédito: Marlon Laurencio

Na Bonja, em Porto Alegre, as agentes do Plano de Território continuam sonhando e construindo o seu bairro! 

Em Outubro, foram realizados mais dois dos seis encontros planejados até ao lançamento do Plano de Território. Dia 21 e 29 de Outubro, realizaram-se dois encontros importantes sobre diálogo e participação. Com esses encontros comunitários que estão sendo realizados, as agentes continuam aprendendo sobre as ferramentas necessárias para planejar o futuro, reconhecer todo o potencial da Bonja e buscar inspiração para pôr a mudança em ação, utilizando a metodologia Elos. 

O encontro de dia 21 de Outubro, foi um encontro dedicado às interações entre os grupos e ao levantamento das principais questões relacionadas à materialização das propostas, especialmente pensando na interação com as diferentes esferas do poder público, tendo em conta os cinco eixos temáticos de atuação das agentes: Meio Ambiente e Habitação, Mobilidade, Segurança, Equipamentos, Raça e Gênero. Esses encontros têm mostrado ser momentos cruciais para a continuação e sucesso do projeto, como conta uma das moradoras e agentes do plano: 

”Os encontros da comunidade com o Elos são momentos de conexão, conexão de pensamentos, de experiências e de muitos aprendizados. Com nossos encontros, aprendi a ser mais disposta a minhas metas e entendi o lugar onde vivo. Nos últimos encontros conseguimos passar todos os planos para o papel, assim a cada conversa e cada planejamento conseguimos dar um passo a mais para realizar os nossos desejos. Fico feliz em fazer parte dessa história, me sinto de missão cumprida.”
Cindielly Vargas,
18 anos
Crédito: Marlon Laurencio

O segundo encontro, caracterizado como Diálogo Elos, no dia 29 de Outubro, contou com a participação de  convidadas de diferentes setores e associações, que já participaram em experiências similares para inspirar e partilhar aprendizados dos seus próprios planos com o grupo de agentes da Bonja.

As falas inspiradoras foram:

Planos Populares de Ação Regional (Porto Alegre/RS) Clarice Oliveira, Professora da Faculdade de Arquitetura UFRGS e Copresidente IAB-RS 

Plano de Bairro Jardim Lapenna (São Paulo/SP) Carlos Carvalho/Dida (Presidente SOS Lapenna) e Vânia Silva (Analista de programas e projetos Fundação Tide Setúbal) 

Periferia Viva – Secretaria Nacional de Periferias/Ministério das Cidades (BrasÍlia/DF) Flávio Tavares (Coordenador-Geral de Articulação e Planejamento Secretaria Nacional de Periferias)

”Um aprendizado que ficou pra mim foi que a política é a voz do povo, se a gente entrar nesse intuito e mergulhar, levar mais dos nossos a entrarem nisso, nós conseguimos levar nossa palavra adiante e trazer resultados para aquilo que a gente busca. Mas agora fugindo dessa política… é assim que a gente fica mais longe de realizar nossos ideais, foi isso que eu entendi.”
Margareth Rodrigues,
65 anos

No dia 11 de Novembro, irá se realizar um outro encontro, focado na construção de comunidade, que abrange alguns temas muito importantes e poderosos com práticas voltadas ao fortalecimento de vínculos, construção de confiança e melhor comunicação entre as agentes. Fique atenta ao nosso blog para acompanhar o desenrolar desse projeto! Estamos apoiando na construção de um plano para a Bonja ser o melhor lugar que todas as pessoas sonham, e colocar em prática! 

O legado de protagonismo nesse território está vivo e presente! 

Quer saber mais sobre o Plano de Território da Bonja? Entre em contacto com nossa equipe de facilitação: 

  • Caio Fiuza: caio@institutoelos.org
  • Felipe Denz:  felipedenz@institutoelos.org
  • Rafaela Camerine: planodebairrobonja@institutoelos.org

Contexto do projeto

O Instituto Elos em parceria com o Instituto Lojas Renner apoia e fortalece desde 2018 o movimento que moradores do bairro de Bom Jesus vem fazendo cada dia mais, para o bairro ser um lugar de realização e isso nos impulsiona a trilhar esta jornada empreendedora e pulsante juntamente com a Bonja! 

Esse projeto do Plano de Território é uma iniciativa das pessoas que moram na Bonja que age como um guia estratégico, considerando aspectos sociais, econômicos, ambientais e culturais. Serve para orientar o desenvolvimento do bairro e apoiar na promoção da inclusão social, do acesso a serviços públicos de qualidade, da preservação do meio ambiente e da melhoria das condições de vida das pessoas que moram na Bonja. 

Um sonho para a infância

Crianças e adolescentes como pessoas de direitos. Desde a constituição, estamos pavimentando um caminho para garantirmos, como sociedade, “que os interesses das crianças e de adolescentes estejam sempre em primeiro lugar.” Temos um histórico de ausência dessa garantia de direitos e quando vemos um jovem de 28 anos sendo eleito para o Conselho Tutelar, com o olhar atento para a infância e juventude, refletimos como garantir esses direitos mudam histórias, transformam o mundo.

Jonathan Gomes é um jovem negro, cria do São Manoel, bairro periférico em que reside até hoje em Santos. Fez licenciatura em história na UNIMES, é Professor da Rede Estadual de Ensino na cidade. Participante do GSA (Guerreiros Sem Armas) da edição de 2022 – programa de formação de lideranças criado pelo Instituto Elos -, Jonathan foi a segunda pessoa mais votada no município nas eleições do Conselho Tutelar deste ano e o porquê se interessou em ocupar este espaço, foi uma decisão que reflete sua própria trajetória de vida:

“Não existe uma resposta objetiva, é mais um sentimento de ausência. Sou moleque preto, de favela, fiz faculdade, estudei, sou Professor, moro na favela, e desde cedo eu sinto muita falta de muita coisa. Eu sinto que minha vida foi sabotada, atrasada, sempre me impulsionaram para andar para traz, e eu sempre segui em frente. É muito sofrimento que tive e não desejo para ninguém”.

O sonho do Jonathan é que as próximas gerações não precisem passar pelo que ele passou, tendo seus direitos previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) garantidos e assegurados, principalmente na esfera pública:

“Não desejo que o moleque trabalhe e estude, não quero que tenha uma luta para defender sua moradia. Muitos dos nossos direitos são violados, saneamento básico, educação, é mais um sentimento de ausência do próprio Estado.”

No Conselho Tutelar de Santos, o jovem de São Manoel quer “aplicar o ECA de fato. Porque é o cúmulo de absurdo o tanto que a gente vive sem direitos; e os mais afetados são crianças e adolescentes, que sofrem inúmeros abusos, inclusive sexual, com negligência também do Estado que deveria estar presente. E é isso que me levou a estar à frente disso.”

Jonathan tem uma trajetória de militante pelo direito à cidade e à moradia digna, está como vice-presidente da Associação de Moradores da rua em que mora, além de integrar a Campanha Despejo Zero. Foi eleito Conselheiro da Igualdade Racial na cidade e também diretor de formação na Associação Cultural José Martí da Baixada Santista.

Ao realizar sua campanha para eleição do Conselho Tutelar, a primeira de sua carreira, considera que relembrou os aprendizados que teve sobre a Metodologia Elos durante a sua participação no GSA, entre eles a importância dos dois primeiros passos, que são o Olhar e o Afeto. O GSA 2022 comenta que “sempre fui muito observador, e eu sinto por parte do Elos essa percepção mais cautelosa, o olhar sobre tudo, da escuta… Foi isso que eu basicamente apliquei dentro do processo de campanha. Tem que ter sensibilidade, humanidade real.”

Eleições do Conselho Tutelar de Santos em 2023

As eleições para o Conselho Tutelar foram em outubro. Ao todo, na cidade de Santos, mais de 55 mil votantes compareceram e registraram seus votos. As duas pessoas mais votadas foram Priscila Ribeiro, com 1.891 votos, reeleita, e Jonathan Gomes– 1.850 votos. O resultado reconhece que o conselho tutelar representa cada uma de nós na defesa dos Direitos das Crianças e Adolescentes, como o direito à vida, à saúde, educação, cultura, convivência e fortalecimento de vínculos. O olhar de cuidado para a infância e juventude, junto com a atuação estruturada dentro do Conselho Tutelar, é uma potência para ampliar o nosso pertencimento para a criação das soluções que permeiam o nosso existir enquanto se constrói o melhor mundo.

Para Jonathan, a política tem o potencial da transformação. “O que mais quero fazer é política. Sei que através da política a gente vai conseguir mudar algumas realidades, não todas, mas o mínimo a gente vai conseguir. A mudança que a gente se propôs a fazer no Conselho Tutelar, mudar o estigma de que o conselho serve para tirar a criança [da sua família]”. 

Desde a Constituição de 1988, estamos pavimentando um percurso para garantir os sonhos das crianças, coletivamente.  Como relembra Jonathan, “o Conselho Tutelar não nasceu sozinho, nasceu como conquista de espaço de lutas. E o processo de luta precisa continuar. A resposta é fazer com que a população se sinta presente e participativa do processo do próprio mandato, para entender os limites como conselheiro e conquistar mais de forma democrática, com a participação da população dentro de um processo político.”

Para conhecer mais sobre o Conselho Tutelar, Jonathan compartilha um site que o apoia muito, o Prioridade AbsolutaPara a jornada que começa em 2024 como conselheiro e durante sua campanha, Jonathan explica que o site  “mostra o contexto do antes e depois do ECA, é muito incrível, se tornou uma base para mim” e também celebra o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) “é absurdamente sensacional, uma referência para o mundo todo”.

O Conselho Tutelar é um órgão público municipal que representa a sociedade na missão de proteger e defender crianças e adolescentes que tiveram direitos violados ou que estão em situação de risco. Dentre suas atribuições está o encaminhamento de denúncias ao Ministério Público; a imposição de medidas protetivas, como o acolhimento institucional; além da requisição de serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço social, previdência, trabalho e segurança, direcionados a crianças e adolescentes. Cada município legisla sobre o funcionamento do Conselho Tutelar e o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente é responsável por conduzir o processo eleitoral, assim como oferecer o curso de capacitação para as pessoas eleitas, entre outras atribuições. No município de Santos, a lei que regulamenta também prevê o valor mensal que cada conselheira receberá, entre outras atribuições, deveres e direitos.

Fonte: Prioridade Absoluta
A caminhada no Conselho Tutelar à partir de 2024

O mandato do Jonathan começa em janeiro de 2024 e o principal convite dele é para promover uma participação popular mais efetiva depois das eleições:

“Existe toda uma estrutura para que a gente não se atente a estrutura política, [para que isso] não faça parte do nosso dia a dia, e acabamos com um monte de problemas que poderíamos resolver, mas com tantas violações impostas, é difícil a gente conseguir. O voto não encerra um ciclo; o processo político envolve a presença e, em qualquer tipo de mandato, para ser efetuado junto com a participação popular, é um processo que precisa ser semeado – o que a gente já vem fazendo.”

Na caminhada, Jonathan quer seguir escutando e cuidando do sonho das pessoas. “E quero fazer uma plenária para escutar em cada lugar, chamar mais a população para fazer parte do coletivo, que é o próprio mandato, para unir forças com outros poderes políticos. Sem a população a gente não consegue nada.”

Programa GSA 2024 com inscrições abertas

Quer saber mais sobre o GSA, o nosso programa de formação que o Jonathan participou em 2022?

As inscrições para a próxima edição estão abertas, participe você também!

Seja a mudança que o mundo precisa.

Seja GSA.

Parceria para ampliar a acessibilidade

Tudo que existe, um dia foi sonhado. Foi Leonardo da Vinci quem disse isso, e aqui no Elos temos a oportunidade de atestar que essa frase é verdadeira muitas vezes. Todas as pessoas são capazes de sonhar…inclusive, e especialmente as crianças. Contudo, adultos tendem a pensar que as crianças não possuem capacidade para resolver problemas complexos.

O que o Elos acredita é, como diz Rodrigo Rubido, fundador do Elos, no processo de realizar um sonho, resolvemos inúmeros problemas. Um exemplo disso é a história do Mikael Rebouças, de 10 anos, que inspirou uma empresa a criar uma solução tecnológica para resolver o seu sonho de jogar videogame, mesmo com uma deficiência que o impossibilitava de usar os braços. O sonho foi do Mikael, mas o benefício chega a muitas pessoas.

O sonho de uma criança

Mikael não consegue movimentar-se por causa da artogripose, uma má-formação nas articulações, que limita e diminui a força muscular. Como outras crianças da sua idade, tinha vontade de jogar no celular e criou uma forma de fazer isso usando o próprio rosto para comandar o celular pela tela. Diante disso,  seu pai entrou em contato com a Colibri em 2020, da Tix Tecnologia, buscando um produto que pudesse atender as necessidades do filho. O produto não existia, mas o pedido motivou a empresa a desenvolver um mouse especial, acoplado a um óculos. Mikael testou o protótipo: controlava o mouse com o movimento de cabeça e realizava cliques com o pé.

Hoje o produto é uma realidade e diferente do protótipo, não conta com fios. Foi chamado Colibri. Ele é leve, possui bateria recarregável e não requer instalação de nenhum aplicativo, sendo pareado no computador ou celular, por bluetooth. O Colibri é recomendado para pessoas tetraplégicas ou com limitação motora para uso de braços e mãos.

Para contribuir com a criação de um mundo cada vez mais acessível e inclusivo, a Colibri disponibiliza as informações para que “qualquer pessoa possa construir uma versão melhorada daquele primeiro protótipo usado pelo Mikael.” Esse projeto ganhou o simpático nome de Colibrino, mistura de Colibri + Arduino (plataforma de hardware fácil de aprender). O Colibrino foi idealizado para facilitar que outras pessoas desenvolvam o hardware em casa, usando peças de baixo custo encontradas facilmente em lojas online.

É muita inovação em 2 anos. E para o Elos a parceria com a Colibri é uma oportunidade de ampliar o impacto das doações.

Parceria para ampliar o impacto social

A parceria acontece através do cadastro no projeto Nota Fiscal Paulista(NFP), que pode garantir a destinação de Colibri para pessoas que precisam do equipamento, mas não podem pagar. A cada 10 novas pessoas doadoras NFP juntas, as duas organizações destinam um mouse.

Para Nathalia Petenussi, do Marketing da Colibri, “este 2º ano de parceria entre o Instituto Elos e a Colibri foi mais uma oportunidade de unir forças para promover a inclusão social. Conheça mais da Colibri.

Até o momento, já conseguimos doar 9 colibris, após a realização de 90 cadastros em duas edições da Reatech, a principal feira de inclusão, acessibilidade e reabilitação da América Latina.

O Colibri é um elo na construção de um mundo mais diverso e mais inclusivo, o mundo que todos sonhamos.  Para contribuir para esta ação escreva um email para lara@institutoelos.org com o assunto “quero doar um colibri”.

Por uma infância de direitos

Neste mês em que muito se fala sobre crianças, enxergamos um convite para direcionar o olhar a nós, como sociedade, e para o cuidado que temos com a infância. Qual território queremos que nossas crianças cresçam? Com quais vínculos queremos criá-las? E que esforços temos dedicado para permitir que sonhem e encontrem condições para realizar seus sonhos?

Mais: quando lemos essas perguntas, pensamos nas crianças que estão, de alguma forma sob nossa responsabilidade? Ou pensamos em todas as crianças?

Foto: Alyson Montrezol

A metodologia Elos nos orienta a construir essas respostas. É preciso dizer que o Elos é uma organização pautada por soluções para transformar o mundo em comunidade, o nosso olhar é orientado ao coletivo, desta forma, no mês de outubro, queremos falar de infância.

A infância do sonhar, do acreditar e esperançar precisa ser cuidada por todas nós. E, para além do ambiente familiar, onde cuidadoras (pais, mães, avós, entre outras) e crianças criam suas rotinas, estamos falando da criança como sujeito de direito na sociedade: direito à segurança, saúde, afeto, cuidado e educação. Para garantir que as crianças cresçam seguras e saudáveis, existe um ecossistema formado por políticas públicas, equipamentos públicos e privados, pessoas e organizações dedicadas.

Somos um desses elos, e contribuímos para formar relações sociais que garantam os direitos das crianças. Para Val Rocha, do Instituto Elos, “quando atuamos em um território, envolvendo adultos e crianças na materialização de um sonho coletivo, o que estamos fazendo é fortalecendo os vínculos que justamente reconstituem o tecido social, a construção da memória, através de histórias vividas por essas pessoas no território, preenchidas por afetos, ampliam o senso de pertencimento e também de responsabilidade, não pelo bem estar de uma criança, mas de todas as crianças do território.”

É sabido que muitos dos sonhos coletivos coletados nas ações do Elos nos territórios são projetos voltados à infância: praças, parquinhos, brinquedotecas, bibliotecas…. Tudo isso demonstra o quanto a preocupação com a infância é prioridade, e ao mesmo tempo, esse achad vem do fato das crianças serem um dos atores mais ativos no processo.

Paula Valeiro, GSA 2023, percebe que a metodologia Elos inclui de forma íntegra a criança, como participante, com direito a voz, como todas as outras pessoas. “Existe um olhar de igual para igual, as crianças opinam e escutamos o que elas estão pedindo. Escuta como se escuta um adulto. Isso tem o poder de despertar a potência das próprias crianças, se percebendo como parte e que tem o que trocar”.

Não é à toa que o Jogo Oasis inclui a função de Brincante. Ser brincante é reconhecer a brincadeira como essencial para o agir comunitário. Paula viveu essa experiência, de ser brincante, durante sua participação na imersão do Guerreiros Sem Armas em 2023.

“As crianças são uma chave, e não são olhadas no dia a dia dessa forma e sim colocadas como alguém que não entende. E na metodologia, sentam na roda, conversam, estão presentes assim como os adultos. A responsabilidade e a escuta acontece de outra forma. Temos muitos espaços na vida e o que a metodologia se propõe é desde a infância vivenciar os 3 Ps – reconhecer a potência que tem a criança, para ampliar seu pertencimento aquele território e desenvolver o protagonismo. Assim, as crianças crescem mais seguras, e no futuro não precisam buscar curas, recuperar de traumas.”

Vivenciar toda a potência da infância! Nesse mês das crianças, o que sonhamos para a infância é que possamos como sociedade garantir a existência, e manutenção dos seus direitos. Como disse Paula Laveiro, “ A Metodologia Elos é isso, escutar o sonho da criança, como um ser de direitos e de poder, que diga que quer um parquinho e que nós, sociedade, encontremos com ela as condições para realizar esse sonho.”

Lab Causas: como vai funcionar o novo projeto do Instituto Elos

Somos o quê, umas 700 pessoas ao redor do mundo? Gente que passou pelo Programa Guerreiros Sem Armas desde 1999, e lá se vão quase 25 anos. Você já deve ter percebido, o Instituto Elos tem criado programas específicos para impulsionar a Rede GSA. O Lab Causas, que nasce agora com o apoio da Imaginable Future, é mais um desses movimentos de fortalecimento dessa rede de transformação.

Em resumo, queremos estimular e apoiar o nascimento de duas Comunidades de Aprendizagem e Prática entre gsa’s. Ou seja, o Instituto Elos vai criar as condições necessárias para que tantos olhares, conhecimentos, talentos e habilidades possam se encontrar, organizar e produzir conhecimentos e desenhar estratégias de agir no mundo na busca de transformar narrativas, ambientes e relações.

O tema desse Lab Causas de estreia é “por um mundo antirracista na prática”. O edital pode ser acessado clicando no link abaixo:

Elos_Edital_LabCausas (1)

Cada uma das duas comunidades de Aprendizagem e Prática terá até 5 pessoas e receberá R$ 25 mil, gerido pelo próprio grupo de acordo com as suas necessidades e estratégias de ação. 

O que estamos sonhando lá na frente, lá no futuro: as pessoas podendo investigar um tema, por exemplo, a saúde mental no campo de impacto socioambiental, e a partir dali construir, usando a inteligência coletiva, ideias de ação, de solução, de incidência.

Queremos apoiar que os debates necessários e urgentes desse tempo cheguem cada vez em mais e mais pessoas. O Instituto Elos acredita que é preciso investir no tempo para que todas as pessoas possam agir positivamente sobre o mundo.

COMO TUDO VAI COMEÇAR

Num encontro com um dos maiores pensadores brasileiros, Nêgo Bispo. No dia 24 de outubro, numa terça-feira, às 19h de Brasília, ele estará num bate papo virtual exclusivo para gsa’s e pessoas e organizações parceiras do Instituto ElosA roda de conversa virtual terá como tema disparador: por um mundo contracolonialista. Imperdível é pouco para falar desse dia.

As inscrições para esse encontro podem ser feitas com a Mariana Felippe:  marianafelippe@institutoelos.org. O link será mandado por mensagem.

Crédito: Divulgação

E tem mais. Quem compor as duas Comunidades de Aprendizagem e Prática terá encontros exclusivos com Silvia Silva, Mestre em Psicologia Social e pesquisadora em CNV para diálogos e ações antirracistas. Nesses dias, as conversas serão uma espécie de alinhamento geral sobre o tema deste ano, uma partida de um lugar comum entre nós. Aqui sim, somente para gsa’s que fizerem parte do Lab Causas, tá?

Crédito: divulgação

Os encontros tem como orientador o “Antirracismo em reflexões e práticas” e são divididos em três grandes conversas: histórico e alinhamento conceitual antirracista; estratégias para construção de ações antirracistas e fortalecimento de laços nas comunidades de aprendizagem.

Sim, eu sei, até aqui você já acredita que valeu muito a pena estar.

COMO AS COISAS CONTINUAM

A partir daí, os dois grupos poderão investigar os assuntos que quiserem, a partir do tema geral do Lab Causas 2023: por um mundo antirracista na prática. Por exemplo, saúde mental. Outro exemplo, a baixa diversidade nos eventos de impacto social. E por aí vai.

O grupo decide o que gostaria de investigar mais e propor soluções práticas. As ideias nascidas nesses grupos precisam ganhar o mundo, em ações práticas em pelo menos um território de cada comunidade. No edital tem tudo isso bem explicadinho.

COMO FAÇO PARA PARTICIPAR, ENTÃO?

É preciso ter feito o Programa GSA, de 1999 até 2022. É preciso estar no Brasil, já que esse piloto faremos por aqui. O sonho é expandir, chegaremos lá. Ter disponibilidade de tempo para participar das atividades previstas no edital, mas também aquelas nascidas da agenda dos dois grupos de trabalho.

Fez sentido pra você, está muito interessada?
Fica aqui o convite: clique no edital e leia tudo com atenção.

Oficinas de sensibilização social para lideranças corporativas

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Raízen, uma empresa integrada de bioenergia, procurou o Instituto Elos para uma parceria de sensibilização e formação social dos seus colaboradores. Essa iniciativa veio no âmbito de um programa de formação de lideranças da Raízen, Lider Lab, diante do propósito da empresa de “Redefinir o Futuro da Energia”, através de inovações em desenvolvimento local e energia renovável. 

A jornada foi, numa primeira fase, construída para o departamento de tecnologia com o objetivo de fortalecer o relacionamento entre os seus colaboradores através de ações sociais, contribuindo assim também para o desenvolvimento de competências chave de liderança do programa Lider Lab.

A proposta do Elos foi integralmente baseada na Filosofia Elos e suas metodologias, que nas suas 7 práticas: Olhar, Afeto, Sonho, Cuidado, Milagre, Celebração e Re-evolução, favorece a percepção de um contexto de abundância, através do reconhecimento e valorização dos talentos e recursos da rede, para construção de sonhos compartilhados. 

Usando a metodologia Elos e integrando as competências de liderança do programa Lider Lab, foi desenhado um programa pedagógico, através de ações em 3 organizações sociais em Piracicaba – Casa do Hip Hop, Centro de Reabilitação de Piracicaba, Casa do Amor Fraterno. O programa consiste de 4 módulos, sendo que três já foram realizados: 

Módulo 1 – O primeiro módulo foi uma introdução à Metodologia Elos e às oportunidades de desenvolvimento que cada módulo pode proporcionar, mostrando como cada aprendizado poderá ser aplicado num contexto empresarial. 

Módulo 2 – O objetivo do segundo módulo foi  ativar potências por meio do olhar apreciativo e valores compartilhados através de práticas das etapas do Olhar e Afeto. Foi uma oportunidade para aprender a olhar a abundância ao invés da  escassez  e a criarmos o afeto antes do julgamento como método para fortalecer vínculos de confiança. 

Módulo 3 – O terceiro módulo foi baseado na dimensão do pertencimento,  dando visibilidade ao propósito comum e,  a partir disso, cooperar e  co-criar  estratégias e soluções para a materialização das ações sociais, através das práticas do Sonho e Cuidado.

Módulo 4 – O último módulo, foi o do protagonismo, que teve como objetivo mobilizar as capacidades necessárias para materializar a mudança através do Milagre. Essa etapa teve como fundamento tirar as  ideias do papel e ir para a prática, colocar a mão na massa, semear resultados e realizar coisas que só são possíveis através do coletivo, cooperando para a realização do sonho comum. Após essa experiência que foi vivenciada nas instituições, seguimos pelo reconhecimento e celebração da conquista coletiva, através da Celebração e por último, evoluir na jornada, impulsionando a construção de novos sonhos ou projetos com a Re-evolução.

Através desses módulos e a colaboração com as três organizações, criamos espaço para uma experiência prática de educação e para concretização da transformação social dos colaboradores da Raízen. Passando por esses passos e essa transformação, os colaboradores são incentivados a aplicar os aprendizados dos módulos, no seu dia a dia, trabalhando assim para se tornarem líderes do novo paradigma de liderança. Um paradigma em que a liderança é centrada nas pessoas que cooperam, que são mais conscientes, que estão mais abertas e que impulsionam e reconhecem talentos. 

Fique atento ao nosso blog e às nossas redes sociais para descobrir mais sobre esse projeto!