Especializada em desenvolvimento comunitário e na formação de lideranças para projetos de Impacto, Instituto Elos une-se a outras organizações que veem no dia de mobilização internacional uma oportunidade de ampliar reconhecimento, e arrecadações
No Brasil, centenas de organizações sem fins lucrativos são aliadas vitais para o combate às desigualdades e para o desenvolvimento de tecnologias sociais para causas complexas diversas em comunidades por todo o país. Mas as ONGs enfrentam o desafio diário de manter as contas em dia. O dia de doar, comemorado no dia 03 de dezembro, busca dar visibilidade à importância da cultura de doação.
Organização brasileira com 25 anos de experiência em desenvolvimento comunitário, o Instituto Elos observa na data uma oportunidade para fortalecer uma de suas frentes de atuação: a filantropia orientada para a distribuição democratizada de recursos financeiros e de tecnologias para projetos sociais liderados por territórios periféricos da Baixada Santista.
“Temos uma metodologia de trabalho que tem como premissa o protagonismo comunitário. Os projetos nascem a partir dos sonhos e da expertise do território. Nosso papel é viabilizá-lo, oferecendo assessoria técnica e recursos materiais que muitas vezes não chegam ao território porque há esse imaginário equivocado de que a periferia não é lugar produção de conhecimento”, destaca a diretora de projetos do Instituto Elos, Natasha Gabriel.
Cultura para além da emergência
A população brasileira figura entre os 20 países mais solidários do mundo, de acordo com o relatório anual World Giving Index 2022, produzido pela organização Charities Aid Foundation (CAF), representada no país pelo Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (Idis). No entanto, o resultado veio após a pandemia da Covid-19, em que as doações dispararam devido ao momento emergencial enfrentado pela sociedade.
O desafio é manter a cultura de doação para além das emergências, algo que o Dia de Doar, que surge a partir do movimento internacional #GivingTuesday, busca estimular nas pessoas ao destacar a importância da presença a filantropia no cotidiano.
Natasha destaca que a metodologia implementada pelo Instituto Elos para o desenvolvimento comunitário converge para uma perspectiva de resultados estruturais, que superem um olhar imediatista o que só reaja a situações emblemáticas. Nas ferramentas adotadas nos projetos às comunidades, prevalece a criação de redes de cooperação permanentes, algo que já tem sido exportado para outros países: além da atuação com desenvolvimento comunitário na Baixada Santista, o Instituto Elos realiza consultorias para empresas que desejam atuar com impacto social em territórios, e já teve como clientes empresas americanas e europeias. E para completar a internacionalização do método, o instituto realiza há trinta anos o o Guerreiros Sem Armas, programa internacional de formação que já trouxe participantes de 58 países:
“É uma forma de fomentar uma metodologia que além de replicável em diversos contextos, oferece uma nova perspectiva para pensar : o que é provocar mudanças sistêmicas reais no mundo de hoje? Como podemos propor novas governanças para enfrentar desigualdades, em diversas regiões do mundo, a partir dos conhecimentos dos povos que mais lidam com esses desafios todos os dias?”, explica Natasha. “Datas como o Dia de Doar são importantes para entregar a visibilidade de quem não quer só sobreviver a uma enchente ou ajudar nesse grande momento de crise, por exemplo, mas quem está ali, todos os dias, articulando para ter uma comunidade forte e preparada para lidar com as crises quando elas surgem”, completa.