Uma rede que se constrói de dentro para dentro. Pelas próprias pessoas participantes. Fortalecida, depois é que se expande juntando não somente outras lideranças sociais dos territórios da Baixada Santista. Ou seja, quem articula movimentos de transformação. Mas também lideranças afetivas, aquelas pessoas moradoras que, historicamente, são guardiãs das memórias. Respeitadas por todo mundo, só por serem quem são.
Escuta ativa das infâncias: como o Instituto Elos constrói com as crianças – Instituto Elos
Essa é uma das maneiras de explicar o II encontro do Comunidade 013, que aconteceu sábado, 8, no Jardim São Manoel. O projeto do Instituto Elos articula uma rede de troca de saberes, experiências e tecnologias sociais entre moradoras e moradores. Este foi o segundo encontro do ano e contou com representantes de comunidades de Santos, Guarujá, São Vicente, Praia Grande e Cubatão.
COMO FOI O ENCONTRO
O encontro foi dividido em três partes. Na primeira, conduzida por Vitória Santos, as pessoas participantes vivenciaram uma dinâmica de integração, permitindo que se conhecessem melhor. Em seguida, discutiram suas motivações para estar na rede, destacando a importância da troca de experiências e do fortalecimento mútuo na luta por justiça social e condições dignas.
A segunda parte contou com uma apresentação de Jonathan Gomes sobre os projetos desenvolvidos no Jardim São Manoel, incluindo a Horta Bons Fruto. Essa troca de informações inspirou as pessoas, que valorizaram a itinerância dos encontros, que possibilita o conhecimento de diferentes realidades e projetos.
No terceiro bloco, o grupo se dividiu em rodas de conversa para aprofundar a discussão sobre a organização e os objetivos dessa articulação em rede. Surgiram diversas ideias, como a criação de uma agenda compartilhada de eventos e a participação em mutirões coletivos. A proposta de ações conjuntas, como a construção de centros comunitários e hortas, também apareceu.
Com foco no cuidado mútuo, na troca de aprendizagens e na valorização de diferentes formas de liderança, o Comunidade 013 se propõe a ser um espaço de acolhimento e pessoal e de fortalecimento do repertório de ação para quem participa. O papel do Instituto Elos é apoiar com os recursos e suporte na produção dos encontros, enquanto as lideranças comunitárias assumem cada vez mais a responsabilidade pela programação e mobilização para os encontros.
UMA IDEIA INSPIRA A OUTRA
Com apoio do Instituto Elos e da CPFL, Vilma Lúcia e outras moradoras e moradores do Jardim São Manoel colocaram um sonho no mundo, uma década atrás. Foi quando nasceu a Horta Comunitária Bons Frutos, referência na Baixada Santista. Quem esteve no encontro pode conhecer essa história e a forma de trabalhar do grupo.
Um espaço que alimenta o corpo sim, mas não só. Durante o II encontro do Comunidade 013, Vilma contou que a horta funciona também como uma espécie de mediadora social. Daí alimenta trocas entre as pessoas, a interação comunitária.
Alguém vai ali pegar alguma coisa, conta suas vontades para o bairro. Outra pessoa faz o mesmo, daí conta outras vontades. E é assim que as coisas vão se tecendo por lá. Jô, moradora do Paquetá, que também é Santos, gostou da ideia, quer um lugar assim em seu território. Dona Vilma prometeu apoio para fazer acontecer, ainda este ano. É também para isso que encontros assim existem. Para isso também, mas não só.
PRÓXIMOS ENCONTROS
As pessoas que fazem parte do Comunidade 013 voltam a se encontrar durante o Programa GSA, formação internacional de lideranças do Instituto Elos que acontece em julho, em Santos. No dia 13 é no Encontro dos Sonhos, em 25 é no Tour das Comunidades e já em 27 o encontro acontece na Festa de Celebração.