Além dos resultados financeiros: como formar lideranças para a transformação socioambiental?

Por Paulo Farine Milani

Nos últimos anos, uma pergunta tem ocupado as conversas de negócios, em todos os cantos do mundo: como as organizações sociais podem ir além dos resultados financeiros para gerar prosperidade social e regeneração ambiental? Esta questão tem movido tanto nossas reflexões internas quanto nosso diálogo com empresas parceiras, que procuram o trabalho do Instituto Elos justamente por causa disso: como equilibrar o que sempre fizemos com as necessidades de um mundo que precisa de novas respostas aos seus desafios?

Termos como sustentabilidade, responsabilidade social e estratégia ESG (ambiental, social e governança) têm sido discutidos no mundo organizacional há bastante tempo. É ao redor delas que parte das formulações tem acontecido. Independentemente do rótulo, é evidente que a sociedade não aceita mais que uma organização exista apenas para gerar resultados financeiros. E distribuir aos seus donos. Hoje, espera-se que elas atuem ativamente no cuidado com as pessoas e com o meio ambiente, promovendo bem-estar social e proteção dos ecossistemas naturais.

Com 24 anos de experiência em transformação social e apoio a empresas de médio e grande porte na implementação de estratégias de impacto social, nós aqui do Instituto Elos fomos juntando valiosos aprendizados. Estas lições são essenciais para inspirar mais organizações a adotar práticas que façam todos os seres ganharem juntos, ao mesmo tempo. Listamos três destes aprendizados abaixo. Acreditamos que é perfeitamente possível equilibrar prosperidade financeira com impacto social, cultural, econômico e ambiental positivos.

  1. Escutar e reconhecer potências locais faz toda a diferença

    A escuta aberta, ativa e afetiva é uma das principais ferramentas que utilizamos quando queremos nos aproximar de alguém. E isso não é diferente quando estamos trabalhando com pessoas de um território específico.

    Apesar de parecer simples, escutar com abertura e atenção é desafiador para a nossa cultura e nós vemos o quão revolucionário e eficiente é essa prática. Além das pessoas dos mais diversos contextos e perfis se abrirem para a troca, essa qualidade de escuta nos permite reconhecer toda a potência que existe numa comunidade e nas pessoas que vivem ali: as suas belezas, talentos e recursos humanos e materiais, habilidades, etc.
  1. Criamos valor por meio do diálogo e do trabalho coletivo

    Quando percebemos que somos escutados e reconhecidos, nos sentimos mais seguros para nos expressar e para trabalhar junto com outras pessoas. A partir daí, somos capazes de convidar para a troca de ideias sobre o que é importante para cada pessoa e para a comunidade, como um coletivo. 

Dessa conversa surge não só inovação, como também o desejo de se engajar, com a mão-na-massa, para fazer as transformações acontecerem – tanto a nível material, intervindo no território, quanto a nível social, transformando as relações. 

Estabelecer um diálogo amplo, com diferentes atores, de maneira aberta e transparente, potencializa os resultados do trabalho coletivo. Isso gera valor para as pessoas, para a comunidade e para todas as organizações que atuam no próprio território e nas suas proximidades.

  1. Implementar o projeto com atenção aos detalhes

    Os dois aprendizados anteriores, bem como o processo de caminhar para a materialização dos sonhos coletivos, são colocados em prática com muita atenção aos detalhes e seguindo uma metodologia que temos refinado desde 1999. A chamamos de Metodologia Elos.

É ela quem nos permite ter segurança para encarar adversidades e conflitos que vão surgir ao longo do processo. E sim, eles vão surgir. Esses desafios requerem presença, resiliência e garantem resultados para todos os públicos de interesse envolvidos. 

Ter uma metodologia consolidada traz concretude ao nosso trabalho, sustentando-se em três pilares: o reconhecimento do potencial (individual e coletivo), o fortalecimento do sentimento de pertencimento e o impulsionamento do protagonismo de todos os envolvidos nos projetos. Por isso, destacamos a importância de conhecer bem os processos com os quais trabalhamos e de nos mantermos presentes, com abertura nas relações com as pessoas.

Acreditamos que são práticas que podem funcionar para muito mais gente que está trabalhando para garantir que seus investimentos sociais impulsionem o bem-estar social e o cuidado com o meio-ambiente, enquanto gera resultados financeiros para as suas organizações.

Você é empresário, empreendedor social ou atua com ESG? Participe do Programa Elos na Liderança. Uma experiência poderosa com a Metodologia Elos, com um recorte especial para pessoas tomadoras de decisão no mundo corporativo.

O Programa acontece entre os dias 17 e 21 de Julho, em Santos. Inscreva-se agora: https://institutoelos.org/elos-na-lideranca/ 

Quem assina esse artigo: Paulo Farine Milani é administrador por formação e gestor da área de Soluções no Elos. Há 15 anos se dedica a construir coletivamente uma organização capaz de gerar impactos e tem mais de 50 projetos implementados em diferentes contextos do Brasil e do mundo usando a Metodologia Elos.

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