O Museu dos Sonhos Vivos busca impulsionar a criação de espaços para reunir memórias e sonhos que pulsam em territórios periféricos. É assim, bem direto e reto mas sem perder a ternura jamais, que a iniciativa se apresenta ao mundo em seus materiais de comunicação.
Nascido no Recife, Pernambuco, o projeto é sonhado e puxado pela GSA 2022 Karinne Costa e é um dos 8 que têm apoio do Jovens Ideias. E ainda tem no time: a Carol Braga, Edla Ayane, Jeniffer Oliveira e o Ytalo Santana. Além do Jorge Carneiro e o Joalison Batista, moradores da Bomba do Hemetério e que fazem as vezes de articuladores territoriais.
Criado pelo Instituto Elos em 2023, o Jovens Ideias apoia técnica e financeiramente projetos criados por quem passou pelo Programa GSA, não importando o ano. O objetivo é criar condições para que brotem novas tecnologias sociais populares ao redor do país.
A Bomba, carinhosamente chamada assim, é um das periferias da capital pernambucana, fica na zona norte, e ferve arte e cultura para todos os cantos. Foi a partir daí que o time do Museu dos Sonhos começou a costurar essa ideia: abrir espaço na rotina para que visitantes e a própria população de lá não se esqueça de quem são e da potência que tem, nem por um minuto. Fizeram isso de duas maneiras: construindo um circuito de andada e trazendo projeções virtuais num site, com entrevistas e o resgate de imagens locais.
Sete foram os lugares para o Circuito de Andada, passeio pelo espaço e pela memória da Bomba do Heméterio: do maracatu nação Raízes de Pai Adão, Fundado em 1998 a Escola Mardônio de Andrade Lima Coelho, onde todas as crianças e jovens da região se encontram. Afinal de contas, lugar de construir lembranças é onde a gente está, em qualquer canto. Os lugares receberam a instalação de placas QR Code, que direciona ao site, com explicação histórica.
Para as pinturas e grafites nos muros, um grande mutirão que convidou tempo, talentos e habilidades de quem mora por lá. Nem a chuva forte daquele fim de semana, 20 de agosto, afastou as pessoas, especialmente as crianças.
“O Museu dos Sonhos Vivos”, explica Karinne, “é uma ponte para fortalecer o sentimento de pertencimento entre as moradoras e moradores do território”. Para a educadora e poeta, “fomentar a documentação e a preservação da memória é preservar o próprio espaço em si”. A metodologia foi nasceu para, o tempo todo, construir a partir das vontades e necessidades da Bomba, garantir sua escuta.
Há quem tenha entendido que o museu fosse um lugar físico, desses de hora e data para abrir e fechar. Não esse. Na Bomba, a memória ocupa os lugares, as casas. A memória se faz presente pelo caminho que se faz pelo território, por isso ele é um museu a céu aberto, vivo o tempo todo.
No 27 de agosto, quando aconteceu um encontro celebração de todas as entregas que aconteceram, é que todo mundo entendeu melhor: o museu na verdade é uma decisão nossa de nos contarmos inteiras, para todo mundo. As periferias e favelas não podem ser resumidas aos desafios sociais que enfrentam.
Em breve, as histórias de quem chegou e vem construindo a Bomba do Heméterio até quem ela está hoje poderão ser encontradas nas páginas de um site, que vem sendo preparado. Por lá, depoimentos e fotos históricas da jornada do bairro, ao longo de anos. O trabalho desse time, porém, já ganhou outras tantas páginas, de sites jornalísticos.
https://negre.com.br/museu-dos-sonhos-vivos-sera-inaugurado-no-recife/
Artista pernambucana cria Museu dos Sonhos Vivos em Recife – Blog Zulene Alves
Bazar do Bem: oportunidade, solidariedade e encontros (uol.com.br)
‘Museu dos Sonhos Vivos’ é criado em Recife (PE) – Noticia Preta – NP