Diálogo e readequação de papéis: como criar mais oportunidades para mulheres liderarem, segundo a GSA Manuella Curti

Transformações sociais exigem grandes movimentos sistêmicos e todos os passos, sejam maiores ou menores, são relevantes para contribuir com um resultado final.  As mulheres têm um papel fundamental na construção desses futuros desejáveis.

De acordo com dados do IBGE, aproximadamente 40% dos lares são chefiados por mulheres. No mundo corporativo, no entanto, o cenário é um pouco diferente: apenas 7,7% dos cargos de direção das empresas eram ocupados por mulheres em 2020 (IBGE). 

Batemos um papo com Manuella Curti, participante do GSA 2009, e sócia ediretora-geral do Grupo Europa – Purificadores de Água. Ela nos conta o que tem feito para construir um outro jeito de fazer negócios e como tem construído um ambiente com mais oportunidades para as mulheres.

Arquivo pessoal

1) Ser uma mulher a liderar uma grande empresa nacional. Sabemos dos desafios que deve encontrar, diariamente, dentro do ambiente de negócios. Quais valores são importantes pra você e que consegue levar para a empresa e espaços de decisão?      

Acredito que o exercício da liderança seja um grande desafio de desenvolvimento em todos os ambientes que reúnem um grupo de pessoas que buscam construir algo. Tenho buscado transformar o nosso ambiente de negócios impulsionando uma cultura baseada em valores que possam moldar uma sociedade melhor, uma vez que carregamos a crença de que as empresas integram a sociedade e carregam responsabilidades que devem ser honradas. Por isso atuamos com ética, respeito, excelência, responsabilidade e protagonismo para entregar ao mundo o maior impacto positivo que podemos, e fazemos isso passo a passo, integrando nosso pensar, sentir e agir na nossa melhor versão hoje com os olhos no futuro.

2) Você fez o Programa GSA. Ele é um treinamento para lideranças para um mundo em transição. O que trouxe de lá pra sua vida profissional?

O GSA é um programa transformador porque reúne metodologia, sonho, prática e comunidade. Até hoje é um programa que me impulsiona a agir a partir da possibilidade de enxergar desafios com olhar de oportunidades, de estar atenta e sensível ao que está a nossa volta e seguir indignada com o que não pode ser como queremos que seja.

3) A base do trabalho social hoje são mulheres. Nos negócios existe um caminho a ser percorrido, mas há avanços nítidos nos últimos anos. O que precisamos fazer para construir ambientes mais seguros, convidativos e com mais oportunidades para que mulheres liderem a transformação?

As mulheres lideram transformações profundas desde que existem, porque mudam com muita habilidade a vida das pessoas, começando por suas famílias. Penso que estamos avançando, aos poucos, para que as mulheres ocupem cada vez mais posições de liderança e precisamos seguir com ritmo mais acelerado nessa agenda. 

Para que isso aconteça é fundamental que haja readequação de papéis nos ambientes familiares e domésticos, já que a equidade que buscamos no ambiente profissional não comporta que mulheres acumulem tantas responsabilidades e papéis a ponto de não terem liberdade e tempo. 

A sobrecarga dos papéis exercidos pela mulher pode minar a vontade dela de seguir em posições de liderança. Assim, na minha opinião, ambientes seguros e convidativos, com mais oportunidades, são aqueles que são férteis, que acolhem o diálogo necessário para as transformações que estamos vivendo em todos os âmbitos.

4) Se você pudesse compartilhar um aprendizado, um conselho, uma dica… o que você falaria para outras mulheres que estão trilhando caminhos de transformação – para si e para o mundo – e se tornando lideranças de referência?

Diria o que busco preservar vivo dentro de mim todos os dias: siga atenta a você e ao seu entorno. Escuta aberta e generosa para compreender o outro na profundidade que ele merece. Mantenha a capacidade de indignação, senso crítico e curiosidade sem julgamento, porque a mudança de contexto cada vez mais rápida e as distorções das informações à nossa volta provavelmente vão nos confundir. Humildade para reconhecer nossos limites e erros porque estamos todos aqui para evoluir e nos tornarmos pessoas melhores. Não se perca de si. Você é a melhor bússola da sua jornada.

Elos na Liderança

Manu participou do Programa GSA completo em 2009, mas falando em lideranças executivas, temos uma nova oportunidade para este ano de 2024: o programa Elos na Liderança! É voltado para todas as pessoas que enfrentam desafios em suas organizações e buscam novas possibilidades de liderança que sejam humanizadas, coletivas e efetivas – seja com suas equipes, entre diferentes áreas ou  no relacionamento com públicos de interesse diversos.

Durante 5 dias de imersão, experimentamos e discutimos novas perspectivas para gerenciar conflitos, engajar pessoas e liderar transformações eficientes, alcançando resultados verdadeiros, com impacto e legado, pautados em colaboração e confiança.

O programa é fruto da experiência de 20 anos do Instituto Elos apoiando grandes organizações em diversos desafios estratégicos, atuando lado a lado com lideranças e gestores para implantar estratégias efetivas no alcance de suas metas, por meio do diálogo, do engajamento e de uma atitude cooperativa e mão-na-massa. Aprendemos que a escuta, o mover-se até a realidade de outra pessoa, é uma ferramenta de visualização de novas perspectivas que impulsiona novas soluções, criativas e estratégicas, para além daquilo que imaginávamos possível.

Se você tem abertura e interesse em mergulhar nessa experiência de aprendizagem, preencha o formulário de interesse em http://bit.ly/elos-na-lideranca-interesse 

 

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