O que faz uma iniciativa social se comunicar bem? No Jovens Ideias, alguns caminhos

Esse artigo foi traduzido de maneira voluntária por Eloísa Ferré, participante da Comunidade Elos de Tradução.

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O Jovens Ideias, você sabe, é a chamada de apoio a projetos de transformação socioambiental liderados por quem passou pelo Programa GSA, uma comunidade de mais de 640 pessoas em 57 países. A estratégia do Instituto Elos é começar apoiando quem está no Brasil, depois expandir.

Em 2023, na edição de estreia, 8 propostas estão recebendo investimento financeiro e apoio técnico para colocar as suas atividades e teorias de mudança em movimento pelo país. Um dos grandes objetivos é apoiar na sistematização dessas ideias de impacto.

Além das trocas entre elas, as Lideranças GSA recebem especialistas para encontros de inspiração. Foi que aconteceu no último dia 4, quando conversaram sobre os desafios de comunicar impacto social, especialmente nos territórios. Pesquisador, jornalista e educador, Ronaldo Matos foi quem facilitou o encontro.

Leia reportagem sobre a jovem ideia de Mirian Fonseca clicando aqui.

Um dos cofundadores do Desenrola e Não Me Enrola, coletivo que pensa e produz comunicação a partir das periferias e favelas da zona sul de São Paulo, Ronaldo é um dos mais importantes estudiosos do tema e sabe, como poucos, pensar uma comunicação que atravessa a vida e o caminho das pessoas. Durante pouco mais de duas horas, ele compartilhou o que vem descobrindo e fazendo por aí. Trouxe para o centro da conversa uma perspectiva decolonial da comunicação.

“Comunicar”, defende, “é construir vínculos”. E não se faz isso sem considerar o olhar, o repertório e a linguagem de quem vai receber a história que se deseja contar. Para trazer do campo das ideias para a prática, Ronaldo transformou uma multidão de conceitos em experimentações, vivências. Em exercícios. A cabeça entende, se o corpo vive o saber.

“Podem perceber”, ele disse já quase no fim do encontro, “nós começamos com um movimento de conhecer melhor nossos públicos, nossas audiências. Depois foi preciso aprender melhor os nossos territórios, já que eles são organismos únicos e vivos. Seguimos avaliando possíveis estratégias para atravessar o caminho das pessoas, conectamos isso com a possibilidade de rever a nossa narrativa, já que conversamos com pessoas diferentes. E, por último, passeamos na articulação com outros grupos que fazem coisas parecidas com a gente”. 

Ronaldo pensa a comunicação para além da história, da plataforma, dos conteúdos em si. Para ele, estabelecer diálogo com projetos que vieram antes, que abriram caminhos, é tão importante quanto fazer arte, produzir vídeos de divulgação das atividades.

“O que conversamos aqui está dentro de algo maior, que é desenvolvermos uma cultura de analisar dados e contextos para tomar decisão. Parece chato, trabalhoso, mas é um processo necessário se quisermos transformar sistemicamente as nossas comunidades”, ele diz. Ou seja, podemos e precisamos confiar nas nossas intuições, mas não faz mal nenhum se cercar de dados e informações para pensarmos movimentos mais estratégicos.

Além do Laboratório de Criação, o Jovens Ideias apoia o Saberes do Povo do Remanso (Lençóis, BA), Cocriando TRANSformações (Campinas, SP), Associa as Ações (São Vicente, SP), Quilombo GSA – Tereza de Benguela (nacional), Colorindo a Quebrada com Poesia (nacional), Museu dos Sonhos Vivos (Recife, PE) e o Fim de Semana no Parque (Cubatão, SP).  

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