Neste mês em que muito se fala sobre crianças, enxergamos um convite para direcionar o olhar a nós, como sociedade, e para o cuidado que temos com a infância. Qual território queremos que nossas crianças cresçam? Com quais vínculos queremos criá-las? E que esforços temos dedicado para permitir que sonhem e encontrem condições para realizar seus sonhos?
Mais: quando lemos essas perguntas, pensamos nas crianças que estão, de alguma forma sob nossa responsabilidade? Ou pensamos em todas as crianças?
A metodologia Elos nos orienta a construir essas respostas. É preciso dizer que o Elos é uma organização pautada por soluções para transformar o mundo em comunidade, o nosso olhar é orientado ao coletivo, desta forma, no mês de outubro, queremos falar de infância.
A infância do sonhar, do acreditar e esperançar precisa ser cuidada por todas nós. E, para além do ambiente familiar, onde cuidadoras (pais, mães, avós, entre outras) e crianças criam suas rotinas, estamos falando da criança como sujeito de direito na sociedade: direito à segurança, saúde, afeto, cuidado e educação. Para garantir que as crianças cresçam seguras e saudáveis, existe um ecossistema formado por políticas públicas, equipamentos públicos e privados, pessoas e organizações dedicadas.
Somos um desses elos, e contribuímos para formar relações sociais que garantam os direitos das crianças. Para Val Rocha, do Instituto Elos, “quando atuamos em um território, envolvendo adultos e crianças na materialização de um sonho coletivo, o que estamos fazendo é fortalecendo os vínculos que justamente reconstituem o tecido social, a construção da memória, através de histórias vividas por essas pessoas no território, preenchidas por afetos, ampliam o senso de pertencimento e também de responsabilidade, não pelo bem estar de uma criança, mas de todas as crianças do território.”
É sabido que muitos dos sonhos coletivos coletados nas ações do Elos nos territórios são projetos voltados à infância: praças, parquinhos, brinquedotecas, bibliotecas…. Tudo isso demonstra o quanto a preocupação com a infância é prioridade, e ao mesmo tempo, esse achad vem do fato das crianças serem um dos atores mais ativos no processo.
Paula Valeiro, GSA 2023, percebe que a metodologia Elos inclui de forma íntegra a criança, como participante, com direito a voz, como todas as outras pessoas. “Existe um olhar de igual para igual, as crianças opinam e escutamos o que elas estão pedindo. Escuta como se escuta um adulto. Isso tem o poder de despertar a potência das próprias crianças, se percebendo como parte e que tem o que trocar”.
Não é à toa que o Jogo Oasis inclui a função de Brincante. Ser brincante é reconhecer a brincadeira como essencial para o agir comunitário. Paula viveu essa experiência, de ser brincante, durante sua participação na imersão do Guerreiros Sem Armas em 2023.
“As crianças são uma chave, e não são olhadas no dia a dia dessa forma e sim colocadas como alguém que não entende. E na metodologia, sentam na roda, conversam, estão presentes assim como os adultos. A responsabilidade e a escuta acontece de outra forma. Temos muitos espaços na vida e o que a metodologia se propõe é desde a infância vivenciar os 3 Ps – reconhecer a potência que tem a criança, para ampliar seu pertencimento aquele território e desenvolver o protagonismo. Assim, as crianças crescem mais seguras, e no futuro não precisam buscar curas, recuperar de traumas.”
Vivenciar toda a potência da infância! Nesse mês das crianças, o que sonhamos para a infância é que possamos como sociedade garantir a existência, e manutenção dos seus direitos. Como disse Paula Laveiro, “ A Metodologia Elos é isso, escutar o sonho da criança, como um ser de direitos e de poder, que diga que quer um parquinho e que nós, sociedade, encontremos com ela as condições para realizar esse sonho.”