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A origem da palavra utopia é grega e quer dizer “não lugar”. Ou seja, um lugar que não existe.
Quando vejo essa definição lembro da época que meu sonho era transformar o mundo. Eu queria ser uma pessoa que marcasse a história. Pensei nisso por anos, apesar de nunca ter comentado com ninguém. Agora penso diferente. Por qual motivo mudei de opinião, esse sonho deixou de existir? Lá, no fundo, ele existe ainda, mas hoje é diferente. Transmutou.
Entendi que somente por meio do coletivo que uma utopia pode tornar-se realidade.
Quando falamos sobre diversidade, inclusão, direitos humanos, igualdade e demais temas relacionados, a utopia é a idealização de um mundo em que esses valores são parte intrínseca da sociedade.
Um mundo justo, em que todas as pessoas são valorizadas e respeitadas independentemente de raça, gênero, orientação sexual, deficiência, religião ou qualquer outra característica.
É a partir dessa ideia que podemos pensar em um futuro melhor e trabalhar coletivamente para alcançá-lo.
A comunidade é um importante elo na luta pela inclusão e pela igualdade. Por meio do diálogo e da cooperação, é possível promover iniciativas que permitam a abertura e ampliação de discussões sobre temas importantes e fundamentais para garantir uma sociedade mais justa e igualitária.
Essas comunidades podem ser formadas ONGs, coletivos e empresas, que se unem em prol de uma causa em comum. O papel dessas organizações é fundamental porque elas conseguem dar visibilidade para os temas relacionados à diversidade e criar engajamento da sociedade a favor dessas pautas.
Cada pessoa tem um papel fundamental a desempenhar, seja por meio de atitudes diárias, seja por meio de engajamento em movimentos sociais, organizações privadas, públicas, entre outros espaços. Sim, é um trabalho árduo, mas que vale a pena, pois ele se traduz em um mundo melhor para todas as pessoas.
Quanto à diversidade, inclusão e pertencimento podemos conceituar da seguinte forma: a diversidade é a representação de diferentes pessoas, inclusão é garantir que todas as pessoas tenham oportunidade e pertencer é garantir que todas as pessoas se sintam seguros e valorizadas. Mas como promover a diversidade, inclusão e pertencimentos nas empresas, por meio de leis, entre outros espaços e ações?
A diversidade e inclusão deve ser vista como uma vantagem e uma riqueza.
Para promover e adotar mudanças reais nos espaços é preciso que as pessoas tomadoras de decisão por via letramento, isto é, treinamentos, palestras e mentorias, e também por via de manuais informativos. Assim como também a participação representativa nos cargos de gerência, nas oportunidades, nas remunerações justas.
Uma cultura organizacional acolhedora é aquela que valoriza e respeita as pessoas, oferecendo um ambiente de trabalho seguro e confortável.
Quando as pessoas se sentem acolhidas, elas tendem a ser mais engajadas e produtivas, além de permanecerem mais tempo nos espaços. Um departamento específico para lidar com pautas ligadas à diversidade e inclusão é fundamental para promover essas pautas. Esses são alguns caminhos para promover a diversidade e inclusão.
É necessário que as pessoas estejam abertas ao diálogo e dispostas a aprender com as diferenças. É preciso também que haja a cultura da empatia e o respeito ao diferente, entendendo que cada pessoa é única e tem suas particularidades. Conflitos são inevitáveis, mas existem maneiras de lidar com eles de forma consciente e construtiva.
O mundo será um lugar muito melhor se conseguirmos viver em uma sociedade justa e realmente igualitária. Infelizmente, a realidade é outra e o preconceito e a discriminação ainda afetam muitas pessoas. A busca por um mundo mais justo é um compromisso que deve ser de todas as pessoas. E isso só será possível com ações e medidas concretas que promovam a inclusão e a igualdade.
A iniciativa através da coletividade para romper com os rótulos, preconceitos e medo abrem oportunidades para construirmos nossas utopias juntes por um mundo justo, próspero e solidário para todas as pessoas.
Ufa, ainda bem que as utopias existem.
Esse artigo foi escrito pela Jully Neves , GSA de 2017 – ela recifense bairrista, praticante de arquearia e boxe chinês, uma apaixonada por praia e pirão. É uma mulher negra, LGBTQI+, neuroatípica, periférica e nordestina. Possui formação em administração, direitos humanos e certificação em Metodologias Ágeis. Trabalha como consultora em Diversidade e Inclusão e gestão de projetos sociais. Para ler mais artigos da série, clique aqui.