Clarissa Borges: com o tempo, precisamos ocupar outro papel no trabalho com os territórios

Quando a assessoria técnica aos territórios parceiros, entregue pelo Instituto Elos a quem recebe o Programa GSA, está perto do fim, um movimento importante acontece: senta-se em roda com as lideranças comunitárias, as parcerias atuais e potenciais para uma troca de ideias e compartilhamento de sonhos futuros.

Foi assim na Vila Esperança, em Cubatão, com quem trabalhamos há um ano.

O convite para esse momento de trocas, que aconteceu no espaço De Bem com o Mangue, alcançou pessoas e iniciativas para além dos limites do território. Vieram convidadas de vários cantos da Baixada Santista, e a ideia era essa mesmo: expandir as conexões, os elos comunitários. Pensar em possíveis sinergias para os movimentos futuros, quando já não estaremos mais tanto no dia a dia.

Por um ano, uma equipe do Instituto Elos fez encontros formativos semanais com lideranças do bairro no apoio à formatação de ideias, ações e projetos de transformação local. Um dos frutos desse trabalho foi, justamente, uma reforma completa do espaço comunitário.

Para além da transformação física, o trabalho do Instituto Elos busca dar movimento a um jeito de pensar a sustentabilidade social das ações acontecidas nos territórios. Daí a ideia de um encontro de trocas, o motivo pelo qual esse encontro acontece como uma espécie de ritual de despedida de nossa presença cotidiana por lá.

Na imagem, Lucas Pereira

A ação ganhou o nome de Encontro de Articulação, juntou 27 pessoas da Baixada Santista. O Lucas Pereira, do coletivo Esquadrilha Marginalia, foi uma delas.

Ele passou a infância e adolescência na Vila Esperança, hoje não mora mais lá. Gostou muito de todo mundo contando as suas ideias, pensando possibilidades juntas, mas ficou mexido mesmo é com o invisível, que sempre acontece em momentos assim.

“Eu, que sempre morei aqui, percebi que existia uma barreira que era para além da física. As pessoas não vinham. Quando marcávamos coisas sempre colocavam a vila como um lugar muito distante. Só que eu ir para o centro e alguém de lá vir aqui é a mesma distância”, defende Lucas.

“Aquele encontro foi o começo de algo grandioso. Barreiras começaram a ser quebradas ali”.

Para Clarissa Borges, que organizou o encontro ao lado de Juliana Campos, ambas do time de facilitadoras do Instituto Elos, é importante que organizações que apoiam o desenvolvimento territorial, caso do nosso trabalho, construam estratégias de saída. Ou seja, fortaleçam ecossistemas comunitários de transformação que não dependam institucionalmente de alguém, mas sim, da rede local. Dos talentos e recursos disponíveis no território.

“Faz parte da nossa estratégia que, com o tempo, ocupemos um outro papel no trabalho com os territórios. Daí a ideia desse encontro, que é como se fosse para dizer: estamos saindo do dia a dia, mas queremos deixar vocês em rede com pessoas e projetos legais. Continuem”, resume.

Todos os anos, ao fim de cada Programa GSA, o Instituto Elos faz acompanhamento e assessoria aos territórios que acolhem o programa. Com duração média de um ano, durante esse tempo as lideranças locais têm encontros regulares com facilitadoras institucionais que apoiam os mais diferentes desafios.

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