A primeira versão do Caminho do Sim surgiu em 2008, quando era jogado através de blogues. Desde 2014, se tornou origem da nossa plataforma de jogos de transformação, e neste ano, deixou de ser um processo de seleção para o Guerreiros Sem Armas e ser um método de desenvolvimento pessoal, onde é cobrada uma taxa de inscrição de R$ 150.
“Temos 3 pilares centrais neste jogo. Primeiro, as pessoas perceberem o potencial concreto que cada um tem de mudar o mundo. A segunda coisa é a noção que não estamos sós, que fazemos parte de um coletivo maior. Terceiro é apreender como as pessoas se organizam para resolver uma questão”, revela Ricardo Oliveros, co-criador do jogo.
O jogo tem 5 fases, e cada uma tem quatro possibilidades que são representadas por palavras-chaves que descrevem qualidades que podem ser desenvolvidas por aqueles que pretendem fazer parte de algum tipo de transformação social. Por nossa proximidade e várias formações feitas com Kaka Werá, desde 1999, há uma ligação profunda entre as qualidades dos elementos e cada uma das portas.
A inovação quando migramos para a plataforma é ter todo conteúdo em um único lugar, existir uma interação direta em único espaço, além de possibilitar a mensuração de impactos das ações desenvolvidas pelos participantes.
“Criar esta nova ferramenta responde a uma inquietação de linguagem e senso coletivo. Já que no processo anterior, cada participante escolhia um editor de conteúdo diferente dos outros, a plataforma permitiu desenvolver entre os jogadores o senso de pertencimento de comunidade, além de poder medir quantificar as ações e o impacto gerado. Ao desenvolver um espaço de linguagem unificada, garantiu que a criação estivesse vinculada a expressão coletiva, uso padrão de recursos e o compartilhamento de informações”, Fernando Conte, responsável pela inovação nos recursos da plataforma de jogos de transformação do Elos.
Ao longo das 5 etapas do jogo, existe um processo de comunicação voltada especificamente para os participantes, que é formado por um kit de inspiração para cada etapa, com exemplos que servem de norte para as tarefas. Ao final das fases, tem um vídeo com o consultor Aser Cortines. Os temas que ele trata servem para o jogador tenha a possibilidade de refletir sobre como agiu em cada uma das etapas. Ele fala sobre a importância do propósito, “como domar seu dragão”, comunicação não violenta, inteligências múltiplas, e a respeito de realidades, sonhos e futuro.
Durante o Caminho do Sim, cada jogador é exposto a uma série de situações e tem a percepção do que aconteceu consigo e com os outros, com quem interagiu. Ao mesmo tempo um grupo de pessoas, um comitê de seleção observa o jogo em detalhes. Estas pessoas conhecem intimamente o teor dos desafios propostos pelo jogo e o seu potencial para inspirar e provocar.
“Este comitê é guiado pela Filosofia Elos e o olhar generoso e cuidadoso sobre como cada um se transforma, formando um conjunto de observações que servem de base para uma conversa de feedback, onde exercitamos contar de forma compassiva o que vimos de qualidades e desafios para cada um dos jovens, ao mesmo tempo oferecemos a escuta atenta, queremos checar se o que foi observado a partir do nosso ponto de vista se alinha com a percepção do jogador. Não é um monólogo é um diálogo, uma experiência de crescimento mutuo que serve para nos apoiar em nossos próximos passos, em qualquer que seja a direção para a qual caminhemos”, revela Val Rocha, que coordena todo processo de comunicação com os jogadores, além do comitê de seleção, quando o Caminho do Sim é jogado com esta intenção, como por exemplo nas versões para a Fundação Arymax, na seleção do programa Jovens Talentos , e para o novo programa do Instituto Reciclar.
Muitos perguntam se depois de jogar uma vez, ainda assim vale a pena repetir todas as etapas. A matriz que compõem o jogo permite que o jogador tenha em cada etapa 4 possibilidades de caminho a seguir. Em termos matemáticos, existem 1024 de combinações diferentes de jogos. Além disso, mais do que uma gama de resultados diferentes, toda a metodologia do Caminho do Sim se apóia em três níveis de relações: eu comigo mesmo, eu com o outro, eu com o mundo. Com isso você aprende a desenvolver um olhar apreciativo sobre si mesmo, sobre o outro, a valorizar o desenvolvimento de projetos coletivos, e perceber que ninguém precisa estabelecer uma atitude competitiva e sim colaborativa para transformar o mundo no lugar que todos sonhamos.