120 vezes o melhor dos mundos em que sonhamos viver: quem aceita o desafio?

Por Tony Marlon*

30 dias. 59 jovens. 8 línguas. 3 continentes representados e mais de 300 horas de atividades vivenciais. Apenas em Santos, litoral paulista, onde acontece o programa, três comunidades e centenas de moradores mobilizados em mutirões de transformação. A começar pelos números, o programa Guerreiros Sem Armas impressiona. Mas não para por aí.
Desde que aconteceu pela primeira vez, há 12 anos, o número de jovens formados pelo Instituto Elos chega a 360, criando uma vibrante e dinâmica rede de empreendedores sociais que já impactou positivamente mais de 200 comunidades em 26 países.
E não, não para por aí.
O DESAFIO
Entre um abraço e outro de despedida, as últimas horas de Guerreiros Sem Armas 2012 foram de muita conversa olhando para o futuro. Planos e mais planos desenhados em cima de um desafio, mais que isso: um convite a continuar caminhando juntos: realizar 120 Oasis pelo mundo.
Lançado o desafio, os guerreiros iniciaram as conversas de canto de corredor buscando as melhores estratégias para fazer esses Oasis acontecerem. Glenda Barcarol e Clarissa Müller, no entanto, já sabiam o “como”, já sabiam a comunidade e até a forma de convidar as pessoas. Esperavam apenas chegar a Curitiba, Paraná, para diminuir em um o marcador do desafio.
“Ainda durante o programa, Glenda e eu decidimos a data do nosso mutirão: seria nos dias 11 e 12 de agosto”, contou Clarissa, direto da Finlândia, onde está em um intercâmbio. “Eu estava com a passagem comprada e teríamos que fazer o Oasis a tempo de realizarmos tudo antes da minha viagem”. E deu. Uma semana depois de voltarem pra casa, Clarissa e Glenda visitavam o Jardim Paraná, comunidade que recebeu o mutirão. E a multidão: guerreiros sem armas do Brasil, Índia e Turquia foram para Curitiba oferecer seu apoio. E um pouco mais de fé de que tudo daria certo. E deu.
“Quando pensávamos que ninguém iria aparecer pro Show de Talentos, o salão ficou lotado, com diversos talentos infantis, juvenis e adultos sendo apresentados e aplaudidos”, lembrou Clarissa. Tudo que aconteceu no Oasis Jardim Paraná pode ser visto clicando aqui.
Da experiência, além das transformações físicas e das relações, muito aprendizado a ser compartilhado. Esse, aliás, é o próximo desafio de Glenda, que junto com Cibele Debiasi, participante do movimento Oasis Santa Catarina (realizado em 2009 – saiba mais aqui), oferece através da HUB Escola de Florianópolis a oportunidade de mais pessoas conhecerem e serem impactadas positivamente pela Metodologia Oasis. Clarissa, de muito longe, continua sua jornada de guerreira publicando um e-book,  onde relata sua experiência no GSA 2012 – uma das contrapartidas oferecidas àqueles que apoiaram financeiramente a sua participação no programa, e já prepara os próximos passos: conversas com organizações locais finlandesas para a realização de mais Oasis por lá.

“Há um momento que representa, com perfeição, meu aprendizado no Oasis Jardim Paraná. Foi no dia da Re-Evolução, quando uma senhora ligada à igreja, responsável pelo espaço que estávamos usando para as reuniões na comunidade, falou para o João (oasiano de 8 anos, nosso companheiro do início ao fim): ‘Viu só, João, que legal o que eles fizeram aqui na comunidade?’. Ele, então, se virou para ela e respondeu: ‘Não foram eles, fomos nós’. Aí está um lindo ponto de luz que sabemos que vai continuar brilhando e iluminando a comunidade Jardim Paraná.”
Clarissa Müller

BOAS HISTÓRIAS INSPIRAM BOAS HISTÓRIAS
Boas conversas, aliás, tem sido uma estratégia bastante usada por essa turma para inspirar, engajar e mobilizar pessoas pelo Brasil e pelo mundo. Na volta ao seu estado, Minas Gerais, Nuno Arcanjo participou da Escola de Inverno do The Hub Belo Horizonte, com uma oficina criativa em que compartilhou a experiência de ter vivido o Guerreiros Sem Armas. Com o título “Como transformar a realidade com as próprias mãos”, o encontro conectou novos interessados em espalhar a metodologia pela cidade, impulsionando novos mutirões.
A pouco mais de 220 quilômetros dali, Mayra Temponi também acessava suas boas lembranças, inspirando pelo exemplo. Compartilhou suas memórias com jovens empreendedores sociais conectados à CHOICE, além de reunir colegas e alunos de onde trabalha para vivenciar as etapas da metodologia através de workshops.
Sua contribuição direta para cumprir a meta? Está organizando seu primeiro Oasis em uma escola pública na periferia de Viçosa – as conversas com a escola já começaram. Entre os envolvidos nessa história que apenas começa, estudantes universitários da cidade, jovens que moram nas comunidades e Gabriel Agrelli, Guerreiro Sem Armas 2009 que fez acontecer dezenas de mutirões em escolas de Campinas, interior de São Paulo. Mayra se conectou a Gabriel em busca de inspiração e estratégias que deram certo em seus Oasis, trazendo para a prática o “fazer junto”.
Conexão. Está aí uma palavra que resume bem as histórias que estamos contando. É um que encontra ao outro, e que acaba descobrindo que ambos têm amigos, ideias e sonhos em comum. E, pronto: a conexão se estabelece. E os vínculos se estreitam. Transformações a caminho. É o caso do Oasis Berlim. Pensado por um grupo do qual faz parte a guerreira sem armas 2011 Johanna Bachmann, quem esteve inspirando os participantes da iniciativa em uma conversa recente foi Nola Bally, guerreira 2012. Duas gerações de participantes oferecendo o seu melhor para fazer acontecer transformações reais na Alemanha. Mas não é apenas por lá.
João Henrique Arcalá conheceu a Metodologia Oasis ano passado, quando esteve no Rio de Janeiro para o Oasis Cidade de Deus, uma das maiores comunidades do Rio de Janeiro. Raphael Polydoro também participou da jornada. E também da última edição do Guerreiros Sem Armas. Resultado: estão começando a desenhar o Oasis – Gaia Sorocaba.  Com um oceano de distância, as quenianas Grace e Peninah já fizeram acontecer transformações com a materialização de sonhos coletivos no Oasis Kaswesha.
E para colocar na agenda, a Mão na Massa do Oasis Aldeia – Continuidade dos Sonhos,  acontece nos dias 29 e 30 de setembro, com a participação direta do guerreiro de Minas Gerais, Brasil, Jamerson Mancio que está fazendo junto com o Instituto Elos a mobilização dos moradores. (saiba mais na página da Comunidade Nostra).
E o número de Oasis pelo mundo aumentará nos próximos dias. Kurt Schoop, Guerreiro de Curaçao, e Felipe Denz, do Brasil, estão em fase de planejamento. No mínimo, sete novos Oasis à vista. Vamos?
Seja por meio de workshops ou vivências, boas conversas ou colocando literalmente a mão na massa, jovens de todos os cantos estão fazendo acontecer transformações ES-PE-TA-CU-LA-RES em pessoas e lugares.
E você, qual está sendo o seu jeito de mudar o mundo? Conte pra gente.
*Tony Marlon é guerreiro sem armas 2009, formado em Jornalismo pela Universidade Santo Amaro – UNISA, vem se dedicando a pesquisar como as Tecnologias de Informação e Comunicação – TICs, impulsionam transformações e geram impactos positivos reais na sociedade. Empreendendo o Instituto Escola de Notícias desde 2011, tem o sonho de contribuir para uma educação fortalecedora de propósitos, não criadora de profissões.  tony@escoladenoticias.org / www.escoladenoticias.org

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